Sub-relator da CPI dos Correios pede quebra de sigilos de depoente
Da Redação | 25/10/2005, 00h00
Em depoimento à Sub-relatoria de Contratos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, nesta terça-feira (25), o empresário Paulo Roberto Kress Moreira teve que explicar toda sua história como sócio da agência Anchieta, franqueada da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) na cidade de São Paulo.
O depoente acabou admitindo que tem relações com a agência desde 1997, porém só em 2001 teria assumido oficialmente a sua condição de sócio. O sub-relator, deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP), em virtude da informação, pediu a quebra de sigilos do depoente. Kress negou que tenha usado parentes como "laranjas" para virar sócio da concessão e garantiu que os documentos relacionados à sua participação informal foram lavrados em junta comercial da capital paulista.
A detentora oficial da franquia da agência Anchieta é a empresa J.K. Comercial e Serviços, da qual Kress é sócio. O depoente informou que, no final de 1996, sua família pagou aproximadamente R$ 120 mil para comprar a franqueada. A agência teria passado então a ser de propriedade oficial de um tio dele. Kress argumentou que à época, por ser muito novo, ainda não tinha condições de atender às exigências da ECT.
- Eu tinha 26 anos e não tinha condições de tentar comprar isso, nem casa própria eu tinha - afirmou Kress, pouco depois de dizer que não sabia se os proprietários anteriores conseguiram a concessão da franquia por alguma indicação política.
Kress, que depôs como testemunha e compareceu desacompanhado de advogado, também disse que, quando adquiriu a agência, ela contava com apenas sete funcionários e "um faturamento bastante pequeno". Ele informou que, durante sua gestão à frente da franquia, chegou a ter 400 empregados e hoje conta com pouco mais de 160 funcionários e um faturamento anual de aproximadamente R$ 90 milhões. O depoente negou ser filiado a qualquer partido político, disse não ter ligações com políticos e nunca ter feito doações para campanhas eleitorais.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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