Renan pode contratar consultorias e comprar software para CPIs

Da Redação | 04/10/2005, 00h00

Após reunião com presidentes e relatores das Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito dos Correios e do Mensalão e da CPI dos Bingos, nesta terça-feira (4), o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, anunciou a decisão de contratar duas empresas de consultoria indicadas pelas CPIs e comprar software capaz de fazer o cruzamento dos dados obtidos nas investigações. As empresas de consultoria são especializadas na análise, no rastreamento e na perícia de documentos bancários, fiscais e telefônicos. Renan disponibilizou ainda cinco consultores do Senado para cada CPI e uma área da biblioteca para abrigar técnicos e documentos.

- O Senado tem orçamento para isso. Fizemos economia e, por se tratar de uma investigação política extraordinária, darei todo o suporte técnico, político e financeiro necessário - afirmou Renan.

O presidente do Senado disse que a necessidade de prorrogação do prazo das CPIs será definida com o andamento das investigações. Ele observou, no entanto, que não concorda com uma prorrogação "para não investigar" e defendeu a qualidade na apuração das denúncias.

- Prefiro responder por excesso de investigação do que por omissão - frisou.

O presidente do Senado disse ainda que a sociedade tem cobrado respostas e que as CPIs precisam descobrir de onde veio o dinheiro já encontrado. Ele observou que a corrupção tem duas pernas e uma delas é a origem do dinheiro.

- Precisamos saber quem abasteceu as contas, se é dinheiro público ou se veio do exterior. Essa é uma investigação complexa e intrincada, precisamos disponibilizar os meios para levá-la adiante - disse.

Renan também saiu em defesa do trabalho já realizado pelas CPIs. Lembrou que quatro pessoas já foram punidas e um relatório conjunto foi enviado, há mais de um mês, para a Corregedoria da Câmara dos Deputados.

A expectativa do presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), é de que as três empresas de consultoria interessadas nesse contrato apresentem suas propostas até quinta-feira (6). Ele informou que, nesta quarta-feira (5), haverá reunião com a assessoria técnica do Senado para definir o reforço no quadro de pessoal, a ser complementado com técnicos da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União.

Segundo Delcídio, com a intensificação das investigações, ficou acertado que a CPI do Mensalão vai trabalhar principalmente no rastreamento de recursos de fora do país e a CPI dos Correios vai complementar com o rastreamento no Brasil.

- Nós achamos importante estabelecer a meta de encerramento dos trabalhos para o final do ano. Mas, se for necessário estender esse prazo, ficou ajustado que nós prorrogaríamos em função dos trabalhos e da necessidade de apresentarmos resultados - explicou.

Delcídio disse que, no caso da CPI dos Correios, as empresas de consultoria terão prazo até o próximo dia 15 de dezembro para entregar o trabalho de rastreamento e cruzamento das informações. O senador disse que as outras duas CPIs estão se esforçando para encerrar seus trabalhos este ano, mas caso não seja possível, haverá prorrogação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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