Agripino pede que sociedade civil pressione CPIs por resultados

O líder do PFL, José Agripino (RN), alertou para o risco de as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) não alcançarem os culpados de corrupção. Ele pediu a participação de entidades da sociedade civil para cobrar resultados das investigações.

O senador relatou o recebimento da comenda Mérito Maçônico, do loja maçônica de Mossoró (RN), no último dia 30. Na ocasião, foi informado de que maçons de todo o país preparam um grande ato contra a corrupção, a ser realizado em Brasília.

- Nós, da oposição, estamos precisando da manifestação da sociedade brasileira - disse.

Agripino acusou o governo de dificultar o fornecimento de documentos para as CPIs e, a base do governo, de obstruir votações.

- Nós estamos nadando contra a maré, mas vamos nadar. Ninguém se iluda - afirmou.

O discurso recebeu os apartes de sete senadores. Para o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), "está-se armando uma cínica pizza neste país". O líder do PTB, Mozarildo Cavalcanti (RR), que é maçom, alertou contra as forças que tentam "desacreditar as CPIs". Segundo o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), as palavras de Agripino "interpretam o sentimento da nação brasileira". O líder do PMDB, senador Ney Suassuna (PB), lembrou as medidas anunciadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta terça-feira, 4, para agilizar o trabalho das comissões de inquérito.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) defendeu a base do governo, dizendo que todos estão muito preocupados que as CPIs cheguem a um bom termo, "produzindo provas e não ilações". Wellington Salgado de Oliveira (PMDB-MG) afirmou que falta rastrear a origem do dinheiro distribuído pelo empresário Marcos Valério. E o relator da CPI dos Bingos, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), defendeu o trabalho da comissão, afirmando que os depoimentos dos principais envolvidos já foram tomados e que agora eles estão sendo convocados para acareações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)