A Rádio Tupi como fator de integração nacional

Da Redação | 27/09/2005, 00h00

A principal medida responsável pelo novo momento nas relações dos Diários Associados com o governo getulista se deu quando Chateaubriand decidiu colocar os Associados em estado de alerta contra o separatismo que ele vislumbrou no rescaldo do movimento constitucionalista.

"No início de seu governo, com a centralização do poder, Vargas iniciou a luta contra o regionalismo. A administração do país tinha que ser única e não, como ocorria na República Velha, ser dividida pelos proprietários rurais", destaca o historiador Boris Fausto. "Exemplo típico da vocação de empreendedor de Assis Chateaubrind, a Rádio Tupi, PRG-3, O Cacique do Ar - inaugurada oficialmente por Guglielmo Marconi em 25 de setembro de 1935, foi o início de mais uma incursão dos Diários Associados no jornalismo com sentido de Integração Nacional", acrescentou o historiador.

Havia, como assinala  Glauco Carneiro na História dos Diários Associados,  uma aparente contradição quando Chateaubriand, ao mesmo tempo em que defendia a internacionalização da nossa economia, era um partidário ferrenho do desenvolvimento e da utilização de produtos nacionais, por parte do nosso povo.

O fato foi que o processo de reaproximação foi coroado com a entrega da direção de O Jornal (que liderou, em 1931, campanhas jornalísticas de interesse público) ao ex-sogro, Zózimo Barrozo do Amaral (não o colunista social falecido há alguns anos), um governista, o que apaziguou Getúlio Vargas e reconciliou os Associados com o governo.

Era chegado o momento dele lançar mão do esquema financeiro que vinha preparando, com a ajuda de amigos banqueiros de São Paulo e do Rio de Janeiro, para fazer funcionar "A Cacique do Ar", apelido dado pelo próprio Chateaubriand.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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