Jefferson Péres diz que o PT tentou se perpetuar no poder

Da Redação | 20/07/2005, 00h00

O senador Jefferson Péres (PSDB-AM) fez, nesta quarta-feira (20), uma análise da trajetória do PT desde a sua criação atéhoje, no momento em que o partido do governo enfrenta graves acusações de corrupção. Ele acusou o partido de controlar a máquina pública com vista à perpetuação da sigla no poder e de praticar "um patrimonialismo colonialista".

- Espantoso, porque as suspeitas e informações ora trazidas ao conhecimento público já permitem entrever um projeto de poder hegemônico de caráter realmente sistêmico, no qual os recursos financeiros e organizacionais do aparelho de Estado se achavam submetidos ao imperativo de perpetuação do PT no poder - disse.

 Jefferson Peres citou como uma prova do projeto de perpetuação no poder a que se referiu o grande salto para a frente da receita partidária do PT.

- Do aparelhamento, a evidência mais cabal foi o grande salto para a frente da receita primária, graças aos descontos compulsórios sobre o salário da militância, o "dízimo", que totalizou R$ 3,32 milhões no ano de 2004, em contraste com o total de R$ 341 mil contabilizado em 2002. Isso sem computar os descontos dos parlamentares, de 30% sobre os vencimentos - frisou.

Para Jefferson Péres, a tudo isso se somou o controle dos movimentos sociais, com o inchaço dos cofres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que receberam de 2003 até fevereiro deste ano, cerca de R$ 22 milhões de dinheiro público.    

No entendimento do senador, o partido que no último quarto de século empunhou o estandarte da ética na política, ocupa agora o epicentro da pior crise política nacional desde 1992, quando Fernando Collor renunciou ao seu mandato.     

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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