José Jorge destaca reportagem do "Correio Braziliense" com denúncias contra a Cobra Informática e o BNB

Da Redação | 13/07/2005, 00h00

O senador José Jorge (PE), falando pela liderança do PFL, criticou o comportamento comercial da Cobra Tecnologia, subsidiária do Banco do Brasil, que estaria se portando como empresa pública, ao ser dispensada de licitação em contratos com órgãos estatais. Ele destacou reportagem do Correio Braziliense sobre o assunto, publicada nesta quarta-feira (13), acrescentando que, como empresa privada, a Cobra realiza contratos em montantes que chegam a R$ 200 milhões, sem licitação,  com o  Banco da Amazônia (Basa), o Banco do Nordeste (BNB) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e depois repassa tais contratos a terceiros porque não tem estrutura para realizar o trabalho.

José Jorge disse que a reportagem esclarece o porquê dessa situação, informando que Kennedy Moura, membro da executiva do PT e secretário de finanças do PT do Ceará é também assessor da presidência do BNB. Ele seria o responsável pela realização de contrato entre aquela instituição bancária e a Cobra Tecnologia, sem licitação. De acordo com a matéria, ele teria demitido daquela instituição, no final de 2004, pessoas que cuidavam das licitações. A matéria informa ainda que, em novembro de 2004, a associação de funcionários do BNB se posicionou contrariamente ao afastamento de quatro funcionários por Moura, acusados de fraude.

O senador afirmou que requereu do TCU a investigação do contrato entre aquela empresa e o Banco do Nordeste, que, segundo ele, suspendeu, "em caráter cautelar", o contrato.

A Cobra Informática se utiliza ainda, disse o senador, citando a reportagem, da intermediação de Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, Delúbio Soares, ex-tesoureiro, e José Genoíno, ex-presidente do partido. Kennedy Moura teria sido indicado para o BNB por José Genoíno e pelo irmão, o deputado pelo Ceará José Nobre Guimarães. A reportagem informa ainda, que Adalberto Vieira da Silva, pego recentemente pela Polícia Federal, com R$ 200 mil na bolsa e US$ 100 mil na cueca, é amigo de Kennedy Moura  e que esses valores seriam entregues ao próprio Moura no Ceará.

José Jorge disse que vai apresentar requerimento à Comissão do Mensalão para ouvir Kennedy Moura, Adalberto Vieira da Silva e José Nobre Guimarães por acreditar que trata-se de mais um caso de obtenção de receita para o "mensalão".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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