Agripino anuncia condições para votação da LDO

Da Redação | 13/07/2005, 00h00

O líder do PFL, senador José Agripino (PFL-RN), anunciou nesta quarta-feira (13) que a oposição só votará a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na próxima semana se forem mantidos em funcionamento os Plenários da Câmara e do Senado - mesmo sem ordem do dia, mas com tribunas abertas para pronunciamentos -, além das CPIs, com calendário estabelecido. Além disso, o PFL exige que sejam atendidas as reivindicações dos produtores rurais apresentadas ao governo durante o "tratoraço".

Dirigindo-se ao líder do PMDB, senador Ney Suassuna (PB), Agripino disse que se o governo não cumprir com os compromissos firmados, a LDO só será votada se o governo tiver número de parlamentares suficientes para tanto.

Segundo o parlamentar, apesar de a oposição ter pressionado para que houvesse o funcionamento da CPI dos Bingos e a garantia da instalação da CPI Mista do Mensalão - que deve ocorrer na próxima terça-feira (19) -, a opinião pública começa a se inquietar com os depoimentos que vêm sendo feitos na CPI dos Correios. Em sua avaliação, os depoentes estão "faltando com a verdade, ficando repetitivos e fazendo cara de paisagem, trazendo pouca novidade". José Agripino ressaltou, no entanto, que a oposição não irá perder o embalo da obstinação. Ele lembrou que durante a CPI do Judiciário também houve momentos em que os trabalhos da comissão caminhavam com dificuldade, ouvindo depoimentos "que não chegavam a nada".

- Num dado momento, um depoente, depois de prestar um depoimento que não chegava a conclusão nenhuma, entrou numa crise de choro e disse que se tivesse garantia de vida contaria tudo - disse o senador.

Agripino recordou que tudo aconteceu de forma inesperada e que, a partir do relato do depoente, o senador Luiz Estevão foi cassado, o juiz Nicolau dos Santos Neto foi punido e "muitas conseqüências benéficas para as instituições aconteceram". Para o senador, tudo "foi produto da pertinácia" e será também assim com os depoimentos que estão ocorrendo atualmente.

- Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Nós estamos batendo forte e interrompendo o recesso parlamentar para que os depoimentos, ainda que madornentos, aconteçam a fim de que possamos formar o juízo de como consertar e de como chegar lá - sustentou o parlamentar.

Atendendo à sugestão do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), José Agripino disse que irá propor reuniões conjuntas das CPIs para dar objetividade aos depoimentos e evitar duplicidade de decisões.

O líder do PFL foi aparteado ainda pelo senador José Jorge (PFL-PE), que classificou como "manobra diversionista" a prisão feita pela Polícia Federal em São Paulo da proprietária da loja Daslu sob a acusação de sonegação fiscal. Ele reclamou que outros suspeitos, como o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, estejam soltos enquanto uma empresária é presa "de forma arbitrária e abusiva".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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