ACM diz que problema do governo está em se confundir com o PT

Da Redação | 11/07/2005, 00h00

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), em discurso nesta segunda-feira (11), afirmou que o problema do governo é se confundir com o Partido dos Trabalhadores. Ele criticou a deliberação do novo presidente do partido, Tarso Genro, que propôs monitorar os ministros do PT. Na opinião do senador, só haveria necessidade de monitoração se o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não comandasse seus ministros e, se esse fosse o caso, seria preciso monitorar também os novos ministros do PMDB.

Antonio Carlos disse ser favorável a que as investigações continuem sendo realizadas pelas CPIs em curso. Criticou no entanto a atuação do senador Delcidio Amaral, presidente da CPI dos Correios que, segundo ele, não estariadando a agilidade necessária às apurações. ACM defendeu a continuidade dos trabalhos do Senado no mês de julho.

- Acho que nosso partido está inteiramente certo em não permitir que esta Casa entre em recesso diante dos graves acontecimentos. Não podemos votar a LDO, não queremos auto-convocação, não queremos que o presidente da República ou ospresidentes da Câmara e do Senado convoquem o Congresso. Se prorrogarmos a votação da LDO não vai se pagar salário extra a ninguém e as CPIs vão ter que funcionar - salientou Antonio Carlos.

O senador afirmou ainda haver "casos graves no PT" a serem investigados e citou o fato de o filho do presidente da República estar envolvido em uma denúncia de suborno relacionada à Telemar. Antonio Carlos disse que, "em respeito ao presidente", se absteria de debater esse assunto antes das averiguações da Justiça". O parlamentar afirmou acreditar que o maiorproblema do PT está na gestão dos fundos de pensão, no qual estariam concentradas as ações de pessoas "que estão desfigurando a política no Brasil". A seu ver, essa questão ainda poderá tornar-se uma grande preocupação para o PT.

Contrapondo-se às posições apresentadas pelo senador Sibá Machado (PT-AC) em discurso pronunciado anteriormente, ACM disse que este fizera parecer que havia uma conspiração contra o ex-presidente do PT, José Genoíno. Ele se referia ao episódio de apreensão de uma mala de dinheiro com um funcionário do deputado estadual José Nobre (PT-CE), irmão de Genoíno. Para o senador Antonio Carlos, o importante é determinar a origem desse dinheiro. A seu ver, se os integrantes do Partido dos Trabalhadores acreditavam na possibilidade de existência de uma conspiração, não deveriam ter aceitado a saída de Genoíno.

-Contra Marcos Valério já há indícios suficientes para que esteja preso. DelúbioSoares é realmente um ladrão e Sílvio Pereira é um distribuidor de cargos para roubar. O PT foi pouco solidário com José Genoíno. Este mês tem que ser de apuração de todos os casos, pois quem perde com a situação atual é o Congresso Nacional e os políticos, que ficam desabonados na rua, igualados aos que recebem mensalão - completou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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