Senado instala a CPI dos Bingos para investigar o caso Waldomiro

Da Redação | 29/06/2005, 00h00

O Senado instalou, nesta quarta-feira (29), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, com 15 integrantes, que irá investigar o caso do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, que teria pedido propina ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Por unanimidade dos presentes, o senador Efraim Morais (PFL-PB) foi escolhido presidente da CPI e o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), vice-presidente. Efraim ofereceu a relatoria da CPI ao bloco de apoio do governo, apesar da maioria de seus integrantes não ter comparecido à reunião de instalação.

São os seguintes os integrantes da CPI: pelo PFL, Romeu Tuma (SP), Antonio Carlos Magalhães ( BA) e Efraim Moraes (PB); pelo PSDB, Reginaldo Duarte (CE) e Leonel Pavan (SC); pelo PMDB, Valdir Raupp (RO), Hélio Costa (MG), Leomar Quintanilha  (TO) e Garibaldi Alves Filho (RN); pelo bloco do governo Paulo Paim (PT-RS), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Fátima Cleide (PT-RO) e Magno Malta (PL-ES); pelo PDT Juvêncio da Fonseca (MS) e pelo PTB (Mozarildo Cavalcanti (PTB).

A instalação da CPI somente foi possível porque Paulo Paim e Magno Malta furaram o bloqueio ordenado pelo governo e deram quórum para possibilitar a primeira reunião, que necessitava da presença de pelo menos nove senadores.

Para o líder do PFL, José Agripino (RN), a instalação da CPI do Waldomiro representou uma vitória da instituição Senado Federal que, desde fevereiro de 2004, quando o caso foi descoberto, tenta iniciar essas investigações. Na época, os partidos da base do governo não indicaram seus integrantes e o então presidente do Senado, José Sarney, também não o fez. O PFL entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que ordenou ao atual presidente, senador Renan Calheiros, que fizesse as indicações.

Agripino garantiu que o objetivo da CPI não é desestabilizar o governo, mas investigar a corrupção. O senador José Jorge (PFL-PE) afirmou que a oposição não quer fazer uma CPI tendenciosa mas, ao contrário, uma comissão aberta e isenta em suas investigações.

O presidente Efraim prometeu que, além de oferecer a relatoria ao governo, organizará um cronograma dos trabalhos que se harmonize com as atividades da CPI dos Correios. Magno Malta disse que a CPI não pretende "execrar pessoas sem provas", nem dar "atestado de inocência sem investigações cabais".

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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