Líderes do PFL defendem proteção policial para Roberto Jefferson

Da Redação | 09/06/2005, 00h00

Logo depois de reunião realizada na manhã desta quinta-feira (9) pela Executiva Nacional do PFL, o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), e o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, afirmaram que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou um esquema de pagamento de mesada a parlamentares, deve receber proteção policial.

- Toda vez que uma pessoa faz denúncias graves, a precaução é necessária. A segurança é indispensável - afirmou Bornhausen.

César Maia, por sua vez, disse que a Polícia Federal já deveria estar protegendo o deputado. Indagado por um jornalista se Roberto Jefferson está correndo risco de morte, o prefeito respondeu:

- A proteção à testemunha já devia ter sido dada há muito tempo e deveria ter sido dada pela Polícia Federal.

Na mesma entrevista, o presidente do PFL anunciou que seu partido apresentará à Procuradoria Geral da República notícia-crime contra o tesoureiro nacional do PT, Delúbio Soares, com base nas afirmações de Roberto Jefferson de que o tesoureiro seria o responsável pelo pagamento de mesadas a parlamentares. Bornhausen anunciou ainda que o partido pedirá a autoconvocação do Congresso, sem ônus para o erário, durante o recesso de julho, para que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios realize suas investigações e para que seja votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

O presidente do PFL afirmou que seu partido ratificou intransigente posição em favor da apuração completa das irregularidades atribuídas ao governo, não abrindo mão também do entendimento de que a relatoria da CPI deve ser dada ao bloco PSDB-PFL. Na opinião do senador, qualquer tentativa de impedir isso coloca o governo sob suspeição e caracteriza "uma operação-abafa". Bornhausen considerou ainda inaceitável que os depoimentos de Roberto Jefferson sejam dados sob sigilo.

- Não conhecemos precedente de parlamentar fazer depoimento sigiloso - disse o senador.

Durante a entrevista, César Maia foi indagado sobre se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre risco de sofrer processo de impeachment. Ele respondeu que não vê essa possibilidade.

- Ele só correria esse risco se nós estivéssemos no final do processo, como aconteceu no caso Watergate. Nós estamos no início do processo e eu não tenho nenhuma dúvida de que o presidente da República vai formalizar internamente procedimentos investigatórios, de maneira a que não reste dúvida de que ele não está acobertando nada. Também não tenho dúvida de que o presidente, no momento que achar adequado, vai dar explicações à sociedade sobre as informações prestadas pelo deputado Roberto Jefferson - afirmou o prefeito.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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