Renan reafirma compromisso com as investigações e a governabilidade

Da Redação | 08/06/2005, 00h00

Em reunião com os líderes partidários, o presidente do Senado, Renan Calheiros, além de fixar o prazo para indicação dos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios para as 18 h desta quarta-feira (8), recomendou que os líderes entrem em acordo para a instalação da CPI nesta quinta-feira (9). Renan reafirmou o compromisso de fazer avançar as investigações para preservar as instituições e a governabilidade.

O presidente ressaltou que o recesso parlamentar de julho não interromperá as investigações. Segundo ele, mesmo que haja recesso, "a CPI funcionará ou as CPIs funcionarão".

- É ilusão alguém imaginar que vai restringir a investigação ou alargá-la além do fato determinado. A sociedade vai acompanhar o andamento e os rumos da investigação, como está fazendo agora - declarou, ainda, Renan.

Como presidente do Senado, Renan ressaltou que sua expectativa é a mesma da sociedade. Ele lembrou que, de acordo com pesquisas, 90% da sociedade quer a investigação e o esclarecimento sobre as denúncias de corrupção e assegurou que o Congresso dará essas respostas.

Caberá aos membros da CPI reunirem-se e elegerem o presidente. E caberá a este indicar o relator, segundo explicou Renan. Ele lembrou que o Regimento prevê que a escolha do presidente da CPI seja feita, em acordo com os líderes, pela proporcionalidade partidária ou do bloco. Nessa hipótese, a presidência seria de um deputado do PT da Câmara e a relatoria, do bloco integrado pelo PFL e PSDB do Senado.

- Se não houver acordo entre os líderes, o presidente terá que ser escolhido pelo voto. Recomendo que haja acordo não só em relação a isso, mas em relação a tudo da investigação.

Renan afirmou também que a maturidade, o bom senso e o equilíbrio devem orientar o rumo das investigações.

- Vou ter muita paciência, as coisas não podem ser feitas de forma tão apressada que pareçam ter o objetivo da desestabilização, nem tão lentamente que pareçam covardia ou leniência. Mas quero combinar cada passo no rumo da investigação, no rumo que a sociedade quer - disse Renan.

O senador lembrou ter dito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (7), que fizesse o que fosse necessário para preservar sua biografia e resguardar as instituições. E declarou que o presidente Lula disse que queria tudo investigado.

Sobre o afastamento de membros do PMDB de cargos do governo, Renan afirmou:

- Sou presidente do Congresso Nacional, não sou representante do PMDB. Falei pelo PMDB quando era líder do PMDB. Represento o Congresso Nacional, cuja imagem não pode ficar contaminada.

Sobre uma CPI no Senado para investigar o chamado "mensalão", Renan disse que somente poderá ser feita uma CPI mista, pois cabe à Câmara investigar os deputados. Acrescentou que tem o compromisso de defender a governabilidade.

- Se houver alguma zona cinzenta, se houver alguma dúvida em relação a qualquer decisão minha, de pronto, vou recorrer ao plenário - completou.

Renan disse também que a reforma política é fundamental para revigorar as instituições e para restaurar a legitimidade dos mandatos.

- Tanto que tenho feito reuniões para que ela avance e aconteça. Aliás, o Senado já votou a reforma política há três anos. Ela está na Câmara e estou tentando ajudar para que ela avance - concluiu o presidente.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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