Fafá de Belém é homenageada no Senado
Da Redação | 02/06/2005, 00h00
- Fafá é um cantora de raríssima sensibilidade para com seu tempo e seu povo - afirmou Teotonio Vilela Filho, que também destacou "a brasilidade" da artista.
A homenagem acontece no ano em que se comemoram 20 anos do retorno da democracia. Durante a solenidade, Fafá de Belém cantou em plenário a música "Menestrel das Alagoas", de autoria de Milton Nascimento e Fernando Brant, composta justamente para homenagear Teotônio Vilela, que faleceu em 1983.
O senador José Sarney (PMDB-AP), em aparte ao discurso de Teotônio Vilela Filho, disse que "Fafá enchia de alegria as multidões, sentimento que se juntava aos desejos de democracia e liberdade". Sarney também lembrou do carinho que Tancredo Neves tinha pela cantora.
Antonio Carlos Magalhães concordou com as palavras de Sarney e disse que estava feliz com a homenagem feita por Vilela Filho, destacando a importância de seu pai - e de Fafá de Belém - para o retorno da democracia ao país.
Para José Agripino (PFL-RN), "só Teotônio Vilela Filho poderia fazer esse discurso, inclusive porque carrega o nome do 'Menestrel das Alagoas" - afirmação apoiada pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Agripino lembrou que o pai do senador participou da campanha das Diretas quando já estava doente, acometido pelo câncer.
Flexa Ribeiro comparou 'o menestrel' ao uirapuru, que seria "um pássaro encantado da Amazônia". Ele também disse que, na época, Tancredo Neves, assim como Teotônio, não se deixou abater pela enfermidade.
Marco Maciel (PFL-PE) disse que o movimento das Diretas-Já foi um "grande momento de integração, em que os sentimentos de nacionalidade despertaram no povo".
Alvaro Dias (PDT-PR) registrou que Fafá de Belém tem o nome vinculado ao de grandes personalidades lideranças do Brasil, como Teotônio Vilela, Ulysses Guimarães e Tancredo neves.
Heráclito Fortes (PFL-PI) recordou as dificuldades nos comícios das Diretas-Já, enfatizando que a cantora participou de quase todos, animando aqueles que se abatiam pelo cansaço das viagens e "levantando as multidões". O senador também recordou da participação de Fafá de Belém em missas celebradas pelo papa João Paulo II no Brasil.
Luiz Otávio saudou o fato de Fafá ser homenageada estando presente, principalmente porque o mais comum é fazer homenagens póstumas.
Delcídio Amaral (PT-MS) manifestou sua admiração pela artista por causa de sua participação no movimento das Diretas-Já, quando ela "cantou pela liberdade e por um futuro melhor".
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que Fafá foi "uma patriota que consagrou a vida em defesa da democracia e depois entregou aos políticos a obra para que a continuassem". Ele também disse que seu partido "está aberto" para que ela se torne, "assim como uma artista consagrada, uma política consagrada".
Marcelo Crivella (PL-RJ) lembrou que a presença de Fafá de Belém recordava os senadores da importância de lutar pelos direitos dos artistas, defendendo, por exemplo, os direitos autorais.
Heloísa Helena (PSOL-AL) recitou versos do líder guerrilheiro Carlos Marighella, morto em 1969, dizendo que esse era o "canto de Fafá": "eu canto a vida, eu canto a liberdade, assim como os lírios do campo, livres, selvagens, se já não nascem como antes, existe algo sombrio, e é preciso abrir uma clareira no bosque". Heloísa disse que Fafá foi como uma "clareira no bosque".
Teotonio Vilela Filho também recordou, além da famosa gargalhada da artista, as músicas que a artista cantava nos comícios, em especial o Hino Nacional, a Ave Maria e "O Menestrel das Alagoas".
Fafá de Belém recorda, emocionada, a luta de Teotônio pelas Diretas, Já
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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