Senadores lamentam a morte do papa João Paulo II e concluem, unânimes, que o mundo ficou menor
Da Redação | 02/04/2005, 00h00
Por meio de sua assessoria de imprensa, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) lamentou que o mundo perca "um santo homem que cruzou o planeta pregando paz e justiça social e que não se intimidou diante da intolerância e do radicalismo". O presidente do Senado lembrou que "na sua defesa incansável pela democracia, como valor universal, João Paulo II combateu o racismo, o autoritarismo, a miséria e atacou a insensibilidade dos exageradamente ricos".
Creio que no coração de cada ser humano, nos quatro cantos do mundo, haja neste momento uma profunda reflexão a respeito do papel de conciliador, de pacificador, de crítico da injustiça, que João Paulo exerceu em seus 27 anos à frente do trono de São Pedro - enfatizou Renan Calheiros. Depois de lembrar que João Paulo II deixou o legado de ter defendido a família, como a mais sagrada das instituições, o presidente do Senado destacou que o papa também promoveu "o diálogo com os mais diversos chefes de Estado e de governo". Ele concluiu sua nota reiterando a esperança, "ou melhor, a minha certeza, de que lá do Céu, o Papa João Paulo II continuará a nos inspirar para fazermos da solidariedade o melhor caminho para o engrandecimento dos homens".
Para o senador Marco Maciel (PFL-PE), "a morte do Papa João Paulo II deixa o mundo menor". Ele destacou o papel do Sumo Pontífice como "pastor e líder espiritual que se voltou para o convívio ecumênico, intensificando o diálogo entre as diversas religiões". O parlamentar pernambucano acentuou, ainda, o papel desempenhado pelo Papa nas grandes transformações políticas que o mundo conheceu nas últimas décadas, "sempre procurando caminhos para a paz". Maciel lembrou o empenho de João Paulo pela paz dando como exemplos os esforços para evitar guerras, "inclusive a do Iraque". Foi um emissário do Papa, lembrou o senador, que contribuiu sobremaneira para evitar uma guerra na América do Sul, entre a Argentina e o Chile, em disputa pelo Canal de Beagle.
O senador Cristovam Buarque (PT-DF), por sua vez, lamentou a perda, pelo mundo, de "uma das mais influentes e importantes personalidades da atualidade". Devido ao carisma de João Paulo II, acrescentou, "dificilmente será possível encontrar-se um sucessor à altura", representando essa sucessão um grande desafio para a Igreja Católica. Mas Cristovam lembrou a sucessão do Papa Pio XII pelo papa João XXIII, observando que poucos imaginavam que João XXIII pudesse ir tão longe na modernização da Igreja, para concluir que "o novo Papa terá que enfrentar grandes desafios, entre eles a relação entre a ciência e a religião".
Para o senador Flávio Arns (PT-PR), o papa João Paulo II "representou muito para a Humanidade, marcando seu pontificado por diversas aberturas". O parlamentar lembrou o diálogo ecumênico, suas viagens pelo mundo e a defesa dos direitos humanos, como pontos destacados do trabalho de João Paulo II, tanto pastoral quanto político. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou a simplicidade do Papa e sua importância como líder espiritual e defensor dos direitos humanos e da liberdade. Na sessão plenária do Senado da última sexta-feira (1º), o parlamentar gaúcho participou de ato em que os parlamentares presentes rezaram pelo Papa.
Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou a importância da atuação do papa João Paulo II em defesa da justiça, enquanto a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) destacou a necessidade de "continuarmos as ações necessárias para minimizarmos o sofrimento daqueles que eram a razão de viver do papa João Paulo II".
Senadores louvam pontificado
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) divulgou nota dizendo-se triste com a morte do papa João Paulo II, mas ao mesmo tempo confortado com sua história de vida, "um legado cristão para toda a humanidade, que continuará repercutindo nas gerações futuras".
Jereissati definiu esse polonês como uma das personalidades mais importantes de sua época, não só pelo carisma, mas pela ação pastoral de levar a igreja mais perto do povo. Ele afirmou que a atuação de João Paulo II como peregrino e a abertura da Igreja Católica nas relações com todos os povos e crenças tornaram seu pontificado fundamental para mudar o curso da história da humanidade no século 20.
- O papa João Paulo II foi um exemplo de liderança, portador de uma personalidade que inspirou confiança e esperança a todos que o receberam com entusiasmo na sua peregrinação pelos diferentes recantos da terra - disse.
O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) também divulgou nota dizendo que João Paulo II foi um Papa que não só marcou de forma singular a vida da Igreja, mas também imprimiu de forma indelével sua personalidade nos acontecimentos do mundo contemporâneo.
Azeredo disse que João Paulo II nunca temeu a perseguição e o poder usados para oprimir os povos, tendo feito da fé em Deus e na Igreja sua única arma para defender os primados da paz, da liberdade e do direito.
- A fortaleza espiritual e pessoal de João Paulo II transpareceu até nos últimos momentos de sua vida quando, por várias vezes, apareceu em sua janela na Praça de São Pedro para abençoar os fiéis. Foi tal força que tornou possível uma das mais portentosas transformações pacíficas da sociedade humana atual, que tiveram seu ápice simbólico na queda do Muro de Berlim - lembrou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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