Alvaro Dias vê "indícios fortíssimos" de que houve doação das Farc
Da Redação | 14/03/2005, 00h00
- De um lado, está a ilegalidade da não prestação de contas de recursos utilizados na campanha eleitoral, indicando a existência de caixa dois na campanha que elegeu Lula presidente; de outro, está a pior origem possível desses recursos: as Farc. São recursos que vêm do narcotráfico, dos seqüestros e do roubo de gado. Essa seria a espúria origem do dinheiro que teria sido repassado ao PT pelas Farc na campanha de 2002 - afirmou.
Dias contabilizou os ganhos que as Farc obtiveram em 2003 com atividades criminosas. Segundo ele, as Farc faturaram US$ 37 milhões com seqüestros; US$ 31 milhões com gado roubado; e com a cocaína o faturamento chegou a US$ 800 milhões. Para o senador, a resposta do PT "é muito pouco para quem está no governo".
- Quem está no governo tem que esclarecer o fato e oferecer à opinião pública do país resposta às indagações que são formuladas em um momento da maior gravidade como este - frisou.
Alvaro Dias lembrou que o presidente Lula já havia oferecido o território brasileiro como sede das reuniões entre o governo colombiano e as Farc. O senador classificou a medida como "no mínimo questionável", uma vez que as ligações das Farc com traficantes brasileiros são notórias, como no caso de Fernandinho Beira Mar. Ele disse ainda ter recebido telefonema do interior de Pernambuco, informando de uma reunião ocorrida na Fazenda Normandia, localizada no município de Caruaru, que serviu de base para treinamento de guerrilha para integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), em cursos ministrados pelas Farc.
- Essa é uma informação que tem de ser conferida. Segundo esse informante, há vídeos também sobre esse treinamento realizado na Fazenda Normandia em Pernambuco - acrescentou.
O senador ainda apoiou os requerimentos de convocação apresentados pelo senador Demostenes Torres (PFL-GO), para que as autoridades da área de informação e inteligência compareçam à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência. Ele também não descartou a criação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o fato, caso as respostas não sejam suficientes e convincentes.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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