Lula já assinou decreto que cria Comitê Gestor para TV Brasil Internacional, que vai divulgar o Brasil no exterior

Da Redação | 30/09/2004, 00h00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já assinou o decreto que cria o Comitê Gestor para instalar e operar a TV Brasil Internacional (TBI), o canal de televisão que transmitirá, no exterior, uma programação inteiramente destinada a tornar o Brasil mais conhecido internacionalmente em seus vários aspectos. O Comitê Gestor será formado por um representante da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência da República, um do Ministério das Relações Exteriores, um da Radiobrás, um do Senado Federal, um da Câmara dos Deputados e um do Supremo Tribunal Federal.

O secretário de Comunicação Social da Câmara, Márcio Araújo, destacou que a parceria entre os três poderes da República para a gestão da TBI é inédita e uma prova da maturidade institucional atingida pelo Brasil.

- O Brasil, no exterior, ou é desconhecido, ou é conhecido apenas por estereótipos, como o do país do futebol, o do país do samba, do turismo sexual, da violência, dos atentados ao meio ambiente e dos maus tratos a crianças. É preciso mostrar também o outro lado do Brasil, o das belezas naturais, da cultura riquíssima, da pesquisa científica, do debate acadêmico de alto nível, e da própria busca incessante para resolver suas mazelas históricas - explicou Márcio Araújo.

Segundo ele, poderá haver parcerias com produtoras independentes, com canais de televisão particulares e com emissoras de países vizinhos e de língua portuguesa.

- Não será uma programação apenas 'chapa branca', como se diz. Vamos mostrar o cinema brasileiro, poderemos organizar debates e apresentar informações sobre nossos vizinhos latino-americanos, poderemos produzir documentários e especiais e até mesmo, mediante convênios, exibir produções de bom nível tanto independentes quanto de emissoras particulares - disse Márcio Araújo.

O cronograma de implantação, que prevê primeiro o Marcosul, depois outros quatro países da América Latina e depois os de língua portuguesa poderá ser alterado se houver oportunidades de implantação do canal a cabo em outras regiões, como na Ásia e na Europa, explicou Márcio Araújo.

Participam das reuniões iniciais, além dos secretários de Comunicação Social do Senado e da Câmara, Armando Rollemberg e Márcio Araújo, o presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, e o diretor de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal, Sérgio Amaral.

Além da parceria na concepção técnica e de conteúdo, também haverá parceria na distribuição orçamentária, com 50% dos recursos vindos da Radiobrás, 20% do Senado, 20% da Câmara e 10% do STF.

- A Radiobrás já tinha todas as atribuições legais necessárias para transmitir programas sobre o Brasil no exterior, mas achamos mais saudável construir um projeto com decisões compartilhadas. Teremos assim uma ação de Estado, mais do que apenas uma ação de governo - disse o presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci.

A negociação internacional com as operadoras de tevê a cabo ficará a cargo do Itamarati. Terão preferência os países que tenham intensa integração comercial com o Brasil, e onde haja presença significativa de imigrantes brasileiros e laços culturais com o Brasil.

 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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