Cristovam pergunta quem ganha e perde com decisão da OMC

Da Redação | 12/08/2004, 00h00

Durante o debate realizado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, nesta quinta-feira (12), o senador Cristovam Buarque (PT-DF) manifestou preocupação com o “impacto distributivo” da vitória obtida pelo Brasil na Organização Mundial de Comércio (OMC), com o fim dos subsídios dos países mais ricos à exportação de produtos agrícolas.

- O Brasil sem dúvida ganha, mas quem perde? Além disso, se, em outros países, também haverá impacto distributivo, precisamos saber qual é o risco de alguns partidos amanhã, para conseguir ganhar eleições, ficarem contra o que foi acordado – advertiu.

Em resposta ao senador, Amorim disse que a distribuição do ganho a ser obtido pelo país vai depender mais de políticas internas. Na produção agrícola, observou, o Brasil só terá a ganhar. Na área industrial, previu o ministro, ainda haverá uma negociação “complexa” na OMC, que está pouco adiantada.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), por sua vez, classificou a política externa como o “melhor setor” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sua opinião, a aproximação do Brasil com Índia, China e África do Sul e a criação do G-20 podem ser vistas como “algo de novo” na situação global.

O presidente da CRE, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), procurou saber do ministro como se encontravam as negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Européia. Segundo Amorim, o governo brasileiro ainda aguarda a apresentação formal de uma oferta dos europeus em termos de acesso a mercados. “Não conhecemos a oferta européia e não podemos colocar tudo sobre a mesa em troca de coisas incertas”, afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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