Lobão diz que governo Lula cometeu vários equívocos e não tem programa para área social

Apesar de informar que votou em Lula e torce para que este governo dê certo, o senador Edison Lobão (PFL-MA) apontou nesta sexta-feira (20), em discurso no Plenário, uma "série de equívocos" cometidos pelo atual governo ao longo desses últimos 12 meses, a começar pela ausência de um programa social destinado a dar melhores condições de vida ao povo brasileiro e que, observou, foi fartamente discutido e tomou conta da campanha do candidato do PT nas últimas eleições.

- Na economia, até que este governo está indo bem, porque teve a competência de evitar algo trágico que poderia ocorrer. Mas é bom lembrar que a atual equipe econômica fez exatamente aquilo que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso realizou para retirar o país de um iminente caos econômico - salientou Edison Lobão, para quem o próprio Fome Zero, "um belo programa", não conseguiu decolar.

Edison Lobão também estranhou que o governo não tenha concedido um aumento no salário mínimo destinado a alcançar o patamar de US$ 100. Ele observou que quando o PT estava na oposição defendia esse reajuste. E chegou à conclusão, portanto, de que o discurso proferido pelo PT na campanha eleitoral "era falso e enganador".

O senador pelo estado do Maranhão também criticou a complacência do governo com relação ao Movimento dos Sem Terra (MST). Para Lobão, as invasões já se tornaram uma rotina em todo o país e vêm ocasionando desordem no campo e um desestímulo para quem produz. Ele também pediu uma ação efetiva por parte do governo no sentido de realizar a reforma agrária, de forma pacífica.

- Quando fui governador do Maranhão distribuí 25 mil títulos de terras aos trabalhadores rurais, além de facilitar o acesso a sementes, máquinas e equipamentos agrícolas - lembrou Edison Lobão, ao cobrar do governo que cumpra o que prometeu quando estava na oposição, ou seja, faça a reforma agrária e promova a paz no campo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)