Sarney diz que não aprovação da PEC paralela representaria um fracasso da classe política

-Nós estaríamos aqui participando, de certo modo, de uma farsa se nós estivéssemos engajados na emenda paralela, com compromisso de todos nós, e ela não tivesse o final que ela deve ter-, disse o presidente do Senado, José Sarney, acrescentando que a não aprovação da proposta de emenda à Constituição nº 77, a chamada PEC paralela, representaria um fracasso da classe política brasileira.

José Sarney comentou que o Senado, antes de cobrar qualquer coisa da Câmara dos Deputados, deve cumprir sua tarefa de concluir a votação da PEC paralela. Ele acrescentou que não existem motivos para que a sociedade deixe de acreditar no desejo e na vontade política do presidente da Câmara, João Paulo Cunha, em aprovar a matéria. Ao contrário, ele lembrou que o próprio João Paulo informou ao senador Paulo Paim (PT-RS) e a outros parlamentares a disposição de apreciar a PEC nº 77 ainda em janeiro, caso o Congresso seja convocado para trabalhar extraordinariamente.

Antes de Sarney, o senador José Agripino (PFL-RN) disse que a demora na aprovação da PEC paralela provocará prejuízos irreparáveis para os servidores públicos. Ele pediu o apoio do presidente do Senado para que a matéria seja apreciada ainda em janeiro. Já a senadora Heloísa Helena (PT-AL) lembrou que, para o Congresso trabalhar de forma extraordinária durante o recesso, basta que ele seja convocado em conjunto pelos presidentes da Câmara e do Senado ou de forma individual pelo presidente da República.

O senador Tião Viana (PT-AC) informou que, em contato mantido com o ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, este reiterou a posição do governo de não ter qualquer restrição à aprovação da PEC paralela. Ele disse que o Congresso deve aguardar o governo federal decidir pela convocação ou não para que o Senado e a Câmara trabalhem de forma extraordinária em janeiro.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)