Renan lembra 50 anos da morte de Graciliano Ramos

Da Redação | 26/03/2003, 00h00

Os 50 anos da morte do escritor Graciliano Ramos foram lembrados nesta quarta-feira (26) pelo senador e conterrâneo Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele ressaltou o significado da data para todos os brasileiros, -e particularmente para os alagoanos-, dizendo que representa -um marco estético e literário-. Homenagear Graciliano, afirmou o senador, -é um modo de reafirmar as identidades cultural e política do povo brasileiro-.

Renan lembrou a passagem do escritor pela vida política, como prefeito do município alagoano de Palmeira dos Índios. Seus relatórios, segundo o senador, -são um primor tanto do ponto de vista literário como da ética, probidade e aquilo que hoje chamamos de responsabilidade fiscal-. O senador também lembrou a obra literária de Graciliano Ramos, destacando títulos como Memórias do Cárcere e Vidas Secas .

- Em Vidas Secas, de 1938, está presente uma visão do que hoje chamamos de -excluídos-. Não uma visão esquemática e maniqueísta, como seria do gosto do chamado realismo socialista. Não uma visão paternalista, como se poderia esperar de quem, embora do sertão, era filho de classe média. Também não era a visão romantizada dos deserdados, como nos apresenta Jorge Amado em seus tipos que se tornaram populares entre nós pela ambigüidade delinqüente/herói, a exemplo de Quincas Berro D"água - disse.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que, na juventude, assistiu aos filmes de Nelson Pereira dos Santos feitos com base nos livros de Graciliano Ramos, dizendo que isso o ajudou a despertar para as injustiças que ocorrem no Brasil. O senador Romeu Tuma (PFL-SP), na presidência da Mesa, cumprimentou Renan pela suavidade do tema num dia em que o Plenário debateu -todas as desgraças que trazem tantas angústias aos senadores, que nem sempre têm como resolver esses problemas-.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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