Suassuna critica avaliação do risco-Brasil e defende rigor na legislação do mercado financeiro

Da Redação | 26/06/2002, 00h00

Após o recesso parlamentar de julho, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) vai propor à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) a criação de um grupo de trabalho para reavaliar e tornar mais rigorosa a legislação que regula as operações no mercado financeiro. A iniciativa foi anunciada em Plenário, nesta quarta-feira (26), enquanto Suassuna protestava contra novo aumento do risco do Brasil, que chegou à marca de 1.631 pontos e voltou a figurar como segundo maior do mundo, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

"Urge que o Brasil reformule seu sistema financeiro", defendeu, classificando as avaliações de risco, capitaneadas pelo banco norte-americano J.P. Morgan, como um "estelionato ao país inteiro". Ao tornar públicas análises de risco internas, as agências financeiras internacionais estariam usando um artifício, na sua opinião, para desvalorizar os títulos do governo brasileiro e as ações das empresas nacionais e, assim, gerar lucros para os manipuladores do mercado.

Além de uma "manobra" com fins econômicos, as análises de alta do risco-país teriam um cunho de "esperteza política", no ponto de vista do senador paraibano. A intenção seria influir sobre a eleição presidencial de forma a garantir a vitória do candidato que, "a juízo deles", traria um resultado mais favorável a seus interesses.

Essa suspeita levantada por Ney Suassuna foi compartilhada pelo senador Roberto Saturnino (PT-RJ). "Apesar de o Brasil ter uma dívida elevada e depender do capital externo não há motivos que justifiquem essa classificação de risco do país", afirmou o senador pelo PT. Saturnino observou que o poder do sistema financeiro internacional "é tão grande que pode afetar de maneira muito grave o processo eleitoral", ao disseminar medidas que deixam a população alarmada.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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