EMILIA QUER SEMINÁRIO PARA DEBATER CAUSAS DA VIOLÊNCIA NA JUVENTUDE

Da Redação | 08/11/1999, 00h00

A senadora Emilia Fernandes (PDT-RS) defendeu nesta segunda-feira (dia 8) a realização, no Senado Federal, de um seminário para debater as causas da violência na juventude brasileira, proposta que já havia apresentado em 17 de maio passado. Segundo ela, a idéia "esbarrou na burocracia da Casa" e não teve prosseguimento. "O que, lamentavelmente, significa a perda de um espaço importante e urgente de debate sobre o assunto e de afirmação do compromisso do Senado para com a superação deste grave problema que aflige a vida nacional", afirmou.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), em aparte, disse que a proposta de Emilia Fernandes é justa e oportuna, mas que a Casa dispõe dos instrumentos necessários para promover este debate sem a necessidade de realizar um seminário específico. "A Comissão de Assuntos Sociais pode trazer quantos conferencistas sejam necessários. Até mesmo porque a violência, do ponto de vista teórico, já foi muito discutida. Agora, é preciso tomar medidas práticas. Se, para cada problema grave do país, ficarmos fazendo seminários, deixaremos de legislar com a velocidade que o país espera", observou.
Emilia ressaltou a importância de se trazerem conferencistas que conheçam profundamente o tema, e estudantes para, através dos meios de comunicação como a TV Senado e a Internet, realizar um seminário voltado para a sociedade e não para o público interno do Senado. Antonio Carlos sugeriu que os parlamentares se dispusessem a participar de conferências nas universidades e escolas, onde poderiam atingir um espectro muito maior da juventude, ao invés de trazer os estudantes a um auditório do Senado.
Para a senadora, é preciso aprender com episódios como a recente rebelião da Febem e buscar soluções concretas para o problema. "Não apenas a juventude, mas o Brasil como um todo está mergulhado na violência que, aos poucos, parece pretender institucionalizar-se em crimes como o recente assassinato de Dorcelina de Oliveira Folador, prefeita de Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul", avaliou. Emília acredita que a violência maior é a do atual modelo social, econômico e político.
- É a violência das taxas de juros, do crescimento zero, da falência das empresas, do desemprego e do arrocho salarial que inviabiliza o país, os municípios, as famílias, as pessoas, os jovens. A ausência de projetos, de perspectivas, de sonhos é a marca registrada dessa era neoliberal, promotora da desagregação, do desmonte, da desordem e da violência - disse a senadora.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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