SIMON PREOCUPADO COM RELAÇÕES BRASIL-ARGENTINA

Da Redação | 27/09/1999, 00h00

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse nesta segunda-feira (dia 27) estar cada dia mais preocupado com o "endurecimento do diálogo" entre o Brasil e a Argentina no âmbito das relações comerciais do Mercosul. Para Simon, as relações Brasil-Argentina sempre tiveram pequenas doses de inveja e de ciúme de ambos os lados, o que nunca foi preocupante. O senador pediu cautela ao governo brasileiro para evitar a deterioração dessas relações, "principalmente depois que o presidente argentino, Carlos Menem, ofereceu tropas ao governo norte-americano para uma possível intervenção na Colômbia".
Simon lembrou que o Rio Grande do Sul conviveu por mais de 50 anos com a possibilidade de uma guerra qualificada como inevitável com a Argentina e que, por isso, o estado ficou proibido de ter fábricas, estradas e energia elétrica na fronteira e até a bitola das ferrovias era mais estreita para dificultar uma invasão. O senador lembrou também que foi no governo Sarney que o Brasil iniciou as negociações para a criação do Mercosul e abriu a importação de trigo e de petróleo argentinos, hoje os dois principais produtos da pauta de exportações daquele país.
Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) concordou com a avaliação de que, ao longo da história, a relação entre Brasil e Argentina foi de turbulência. "No governo Geisel, quase rompemos relações com a Argentina por conta de Itaipu", lembrou. Para Lobão, as sucessivas retaliações comerciais entre os dois países é decorrente da necessidade que o presidente argentino tem de defender posições danosas ao Brasil diante do público interno por causa da campanha eleitoral. Segundo o senador, a reeleição tem se mostrado trágica, tanto no Brasil quanto na Argentina, e é preciso tomar precauções.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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