ARLINDO RELATA SECA EM MINAS, PEDINDO INCLUSÃO DO NORTE DO ESTADO NA SUDENE

Da Redação | 12/05/1998, 12h13

"A situação do norte de Minas não difere daquela que atinge a outros 1.209 municípios nordestinos já cadastrados junto à Sudene para receber auxílio em decorrência da seca", enfatizou o senador Arlindo Porto (PTB-MG). " No entanto a região tem recebido tratamento diferente, porque criou-se um preconceito contra o Vale do Jequitinhonha pelo fato de pertencer a um Estado considerado 'rico' como Minas Gerais, apesar de suas dificuldades".

Para Arlindo, já são 100 os municípios mineiros em estado de emergência por causa da seca, totalizando 180 mil flagelados. "As perspectivas não são alvissareiras. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inemet) constatou que o nível de chuvas na região norte de Minas foi 44% inferior à média e novas chuvas são esperadas somente a partir de setembro ou ainda mais tarde. A situação,portanto,vai se agravar", destacou.

Arlindo Porto fez um apelo aos senadores para que venha a plenário e seja aprovado o projeto de lei que propõe a inclusão dos municípios do Vale do Jequitinhonha na Sudene, permitindo que possam se beneficiar de obras de combate à seca, anunciadas pelo governo federal, tais como barragens, adutoras, perfuração de poços e construção de açudes, com um financiamento de US$ 300 milhões do Banco Mundial.

O senador mineiro considerou, ainda, ser "inadmissível" a utilização política da seca e da fome. "Incentivar saques é tirar alimentos de crianças, idosos e doentes que não podem disputar com pessoas mais fortes os produtos de seus furtos. Essas pessoas é que seriam beneficiadas pela distribuição ordenada de cestas básicas. A persistir esta ameaça, a situação tenderá à anarquia generalizada e, daqui a pouco, não serão apenas saques a supermercados,mas também a lojas, bancos e residências", concluiu Arlindo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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