LÍDERES RECONHECEM IMPERFEIÇÕES MAS SÃO UNÂNIMES NA APROVAÇÃO DA LEI PELÉ

Da Redação | 11/02/1998, 10h42

Durante a discussão do projeto de lei que institui normas gerais sobre desportos - a Lei Pelé -, vários senadores enfatizaram o acordo para que a matéria fosse mantida com o texto oriundo da Câmara, considerando que o projeto é moderno, e defenderam a rejeição das emendas apresentadas, evitando-se, assim, que a proposiçãovoltasse ao exame dos deputados e a sua aprovação somente pudesse acontecer em março.

Os três relatores da proposta, senadores Leomar Quintanilha (PPB-TO), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania; Benedita da Silva (PT-RJ), na Comissão de Assuntos Sociais; e Artur da Távola (PSDB-RJ), na Comissão de Educação, que deram pareceres favoráveis ao texto da Câmara dos Deputados, rejeitaram as emendas apresentadas, inclusive duas supressivas oferecidas pelo senador Edison Lobão (PFL-MA) sobre o funcionamento periódico dos bingos e a destinação de sua arrecadação. Ao final do encaminhamento da votação, Lobão retirou as emendas.

JADER BARBALHO

O líder do PMDB na Casa, senador Jáder Barbalho (PA), em apoio às emendas apresentadas por Edison Lobão, informou não ter participado da reunião entre os líderes do Senado e Câmara e o ministro dos Esportes, Edison Arantes do Nacimento, o Pelé, para fechar o acordo. O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, lembrou que o senador Nabor Júnior (AC) representouo PMDB no encontro.

JOSÉ IGNÁCIO FERREIRA

Já o senador José Ignácio Ferreira (PSDB-ES) disse que o projeto continha vários erros e impropriedades na sua redação, apesar de seus "altos, nobres e elevados objetivos".

José Ignácio afirmou estranhar o fato de a Casa não poder desempenhar o papel de revisora que a ela cabe.

JOSÉ FOGAÇA

O senador José Fogaça (PMDB-RS) criticou a falta de apoio aos clubes de futebol para formarem divisões de base, em relação às empresas que poderão administrar esse esporte futuramente.

Fogaça criticou, ainda, outros pontos do projeto, mas disse a matéria tem,em seu bojo, um inegável conteúdo de modernização.

ELCIO ALVARES

O líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), garantiu que as imperfeições contidas no projeto seriam revistas por meio de vetos do presidente da República e lembrou que o Senado não estava "homologando" matérias oriundas da Câmara, "como dizem alguns críticos", mas sim ratificando um acordo para a modernização do desporto no país.

JOSÉ EDUARDO DUTRA

O senador José Eduardo Dutra (PT-SE), líder do Bloco Oposição, manifestou apoio à aprovação do matéria, lembrando que governo e oposição já haviam se entendido em relação a outras matérias polêmicas em algumas ocasiões.

- Estamos votando uma lei que não é a melhor, inclusive não é a que eu defenderia,mas creio que é a adequada para inserir modernidade no esporte brasileiro - assinalou.

GERSON CAMATA

O senador Gerson Camata (PMDB-ES) criticou a maneira como a questão do bingo está incluída no projeto:

- Essa lei é contrária à direção do governo Fernando Henrique Cardoso, que está privatizando tudo, pois ela estatiza o esporte. Mais um pouco e, para se jogar uma "pelada" num campo qualquer, ou se disputar um campeonato de tiro ao alvo, será preciso mandar um requerimento de autorização para o ministro extraordinário dos Esportes - disse.

SEBASTIÃO ROCHA

O senador Sebastião Rocha (PDT-AM) manifestou seu apoio ao projeto dizendo que o ministro Edson Arantes do Nascimento, Pelé, fez um "gol de placa" com a iniciativa do encaminhamento dessa lei sobre o desporto.

- Essa lei - disse ele - vai beneficiar todo o desporto nacional, não só os atletas, mas também os clubes, garantindo maior transparência às entidades que coordenam o desporto nacional.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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