Mostrar os principais momentos e personagens da instalação da assembleia constituinte de 1823 é o objetivo da encenação teatral que será apresentada no Salão Negro do Congresso Nacional no dia 3 de maio, às 9h, pelo grupo Caixa Cênica.

O evento faz parte das ações comemorativas dos 200 anos da instalação da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil, de 1823.

A primeira apresentação acontece antes da sessão especial comemorativa da data, com uma reapresentação às 15h, no mesmo dia.

A reconstituição

Segundo o diretor do grupo, Roberto Oliveira, a peça tem caráter educativo, alusivo e fictício, com liberdade artística e dramaturgia. A ideia inicial para o roteiro partiu do Senado Federal, que apresentou trechos e relatos retirados dos registros oficiais, ressaltados os pontos mais importantes para contextualização e compreensão do momento histórico.

Foram destacados sete personagens, quatro deles figuras históricas que estiveram realmente presentes no plenário de 1823, incluindo Dom Pedro I. Os outros estão relacionados à época e a contextos históricos. Para exemplificar, Roberto Oliveira conta que a narração será da Imperatriz Leopoldina. Ele explica a escolha:

— Ela ganha destaque nessa peça por ser a narradora-mediadora de toda a peça. Apesar de não ser citada nem ter seu nome em destaque nos “Annaes”, sabemos hoje que ela teve um papel importantíssimo para o processo da independência do Brasil. Então decidimos trazer sua figura para que seja sempre reconhecida hoje e no futuro.

O figurino é baseado no período colonial-Independência, com trajes oficiais das figuras políticas da época e destaque para o estilo pré-vitoriano.

Para reconstituir o cenário da época, o Senado Federal vai transferir para o Salão Negro do Congresso Nacional o mobiliário das suas antigas sedes no Rio de Janeiro. Trata-se de um conjunto conhecido como Plenarinho, que reúne bancadas, mesas e cadeiras usadas pelos senadores por quase cem anos, desde o Império até 1960, nos plenários do Palácio Conde dos Arcos e do Palácio Monroe. Presidiários da Penitenciária do Rio de Janeiro, orientados pela Casa Leandro Martins, produziram os móveis em madeira de lei, em 1867. Transferidos para Brasília na inauguração da nova capital, os móveis foram remontados e expostos permanentemente no Anexo II do Senado.

A encenação da instalação da assembleia tem o patrocínio do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e Tribunal de Contas da União (Sindilegis).

O grupo

Caixa Cênica é uma empresa de performances e atrações para eventos, que tem o objetivo de realizar todas as formas de entretenimento e cultura. Desde 2009, atua em Brasília, principalmente, e em todo território nacional. Além de eventos particulares, apresenta-se em eventos públicos.

A direção do Caixa Cênica é de Roberto Oliveira, ator e empresário; e de Camila Meskell, atriz e diretora que reúne no currículo espetáculos teatrais e musicais em Brasília e em palcos internacionais, como Nova York e Moscou. O elenco mantém uma lista de mais de 100 atores, cantores, bailarinos, artistas circenses, produtores, maquiadores, dramaturgos e outros profissionais.

O grupo já participou de vários eventos de destaque, como as visitas guiadas do Congresso (Visite em Cena), Copa do Mundo de 2014, Carnavais do RJ e SP e, também, Carnaval no Parque, em Brasília.

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