Congresso sedia exposição sobre 150 anos de Santos Dumont até 30 de julho

O pioneirismo de Santos Dumont e parte do seu legado estão expostos ao público no Salão Negro do Congresso Nacional. Até 30 de julho, a exposição comemorativa Pai da Aviação — 150 anos apresenta painéis com a trajetória do inventor brasileiro, objetos pessoais, maquetes e duas réplicas em tamanho real de suas aeronaves mais famosas, o 14-Bis e o Demoiselle. A exposição é aberta ao público e pode ser visitada todos os dias, das 9h às 17h.

A cerimônia de inauguração, nesta quarta-feira (28), contou com a presença do alto comando da Força Aérea Brasileira (FAB), que também foi responsável pela promoção do evento. Compareceram os senadores Carlos Viana (Podemos-MG) e Izalci Lucas (PSDB-DF), além do ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho.

Carlos Viana destacou o pioneirismo de Santos Dumont e sua relevância para a aviação moderna. Ele comparou o inventor e os membros da Aeronáutica a heróis.

— Herói é quem venceu a própria dificuldade e mudou a própria existência. Dumont mudou todo o parâmetro do século em que esteve. Era uma época onde a ciência começava a brilhar e a mudar a visão de quem não aceitava o desenvolvimento. Hoje, vemos nos exemplares rudimentares deixados exemplos do que a inteligência humana é capaz quando se favorece o trabalho e a pesquisa — discursou.

Izalci enalteceu Minas Gerais como estado de origem de Santos Dumont e de Juscelino Kubitschek e comemorou a oportunidade para que as pessoas em Brasília possam conhecer mais da história do cientista e inventor brasileiro.

O tenente-brigadeiro do ar Francisco Joseli Parente Camelo, presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ressaltou que Dumont é considerado o patrono da Aeronáutica. Segundo o militar, a trajetória de vida do mineiro corrobora seu caráter e pioneirismo.

— Ele tem uma história de vida muito voltada ao desprendimento. Lutou bastante para unir a humanidade em prol de uma causa comum. Muitos não o reconhecem como o pioneiro da aviação porque cada país, seja Estados Unidos ou França, quer ter o seu pai da aviação. Mas o primeiro a usar recursos próprios para voar com um objeto mais pesado do que o ar foi um brasileiro — concluiu.

Disputa pelo pioneirismo

Existe uma polêmica internacional sobre quem inventou o avião. Os irmãos Wright, dos Estados Unidos, alegaram ter alçado voo em 1903 com o primeiro aparelho voador "mais pesado do que o ar", o Flyer 1, e percorrido quase 40 metros. Esse feito, porém, não foi documentado oficialmente. A aeronave deles também precisava percorrer um trilho ou ser catapultada para decolar.

O 14-Bis, portanto, teve o primeiro voo documentado oficialmente, no Aeroclube da França, em 1906. Uma plateia de mil pessoas viu a aeronave percorrer 60 metros a uma altura de 3 metros. Um detalhe abrilhantou o feito: o avião brasileiro decolou de forma autônoma.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)