Girão diz que Marcos do Val é 'vítima do sistema'

Da Agência Senado | 21/06/2023, 16h57

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) se solidarizou com o senador Marcos do Val (Podemos-ES), que pediu licença do cargo devido a problemas de saúde. Em pronunciamento nesta quarta-feira (21), Girão afirmou que o colega está sendo “vítima do sistema” e sofrendo uma “enorme pressão” após operação de busca e apreensão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Para o parlamentar, a decisão do ministro teve “quatro arbitrariedades”. Entre elas, Girão destacou o fato da busca e apreensão ter ocorrido no gabinete do senador no Congresso Nacional, ambiente que é “protegido pela Constituição como um Poder completamente independente em relação ao STF e ao Poder Executivo”.

— A segunda arbitrariedade foi o bloqueio de todas as suas redes sociais. Ele não pôde nem se justificar perante seus eleitores, que o trouxeram com milhões de votos. Ele não pôde justificar o que aconteceu, censura! E a terceira foi a apreensão pela segunda vez do celular, inclusive funcional, do Senado da República. Ainda tem a quarta arbitrariedade, que é a própria fundamentação central que justificou a decisão do ministro, quando alega estar havendo obstrução das investigações sobre o dia 8 de janeiro e faz a enumeração de quatro possíveis crimes. A gente não pode se calar diante disso: divulgação de informações sigilosas, atentado à soberania, tentativa de deposição de governo e organização criminosa.

Girão disse que a atitude do ministro causa “grande perplexidade”, pois todos os crimes estão relacionados a publicação feita por Marcos do Val de trechos de documentos sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informando sobre a possibilidade de ações violentas com invasão de prédios públicos na Esplanada dos Ministérios.

— É muito difícil atribuir obstrução a alguém que publicamente foi um dos primeiros parlamentares a chegar aqui para acompanhar e cobrar as devidas investigações sobre o dia 8 de janeiro. Ele interrompeu o recesso parlamentar, estava aqui! Além disso, também foi um dos primeiros senadores, acho que o primeiro senador, que falou da suposta omissão do governo federal nesses atos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)