Em Minaçu, Davi conhece realidade dos trabalhadores de mineradora de amianto
Da Redação | 29/04/2019, 09h29 - ATUALIZADO EM 29/04/2019, 16h06
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, acompanharam na manhã de sábado (27) senadores membros da comissão temporária externa para conhecer a realidade de Minaçu (CTEMinaçu). Localizado na região norte do estado, o município abriga a sede da Sama Minerações, que está desde fevereiro com as atividades paralisadas. A empresa é líder na América Latina na extração e beneficiamento da crisotila, um tipo de amianto, mineral utilizado principalmente na construção civil.
— A visita do Senado em Minaçu é para verificar in loco esta situação. É angustiante ver uma decisão jurídica sobrepor-se à vida das pessoas, que têm o seu sustento com dignidade. A criação da comissão é uma atitude louvável — afirmou o presidente do Senado.
O colegiado foi criado com o objetivo de avaliar a situação dos funcionários da mineradora após a interrupção dos trabalhos por meio de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Davi, os senadores Vanderlan Cardoso (PP-GO) — proponente da visita —, Luiz do Carmo (MDB-GO) e Chico Rodrigues (DEM-RR), deputados federais e estaduais acompanharam a visita à mina. Em seguida, os parlamentares se reuniram com a comunidade em uma audiência pública.
Vanderlan afirmou que a decisão do STF “foi equivocada e que precisa ser revertida”. Para o senador, a união de instituições como o Senado, o governo do Estado, a prefeitura, a câmara de vereadores e a população em geral será importante para reverter a decisão judicial.
— A minha preocupação é que a Sama precisa voltar a funcionar com urgência, para garantir o emprego dos trabalhadores — disse Vanderlan.
Empregos
De acordo com dados da Sama, 2,8 mil famílias de Minaçu são beneficiadas direta ou indiretamente pelos empregos da empresa. Além dos empregos, o município é dependente dos impostos gerados pela mineradora. Por um período, o STF autorizou a extração do amianto apenas para a exportação. Em 2017, a exploração do mineral foi proibida. Atualmente o tribunal aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) para uma decisão definitiva sobre a retomada da atividade no país.
— O empreendimento não gera apenas riquezas para Minaçu, gera riquezas para o país. Estamos em um momento em que temos o maior número de desempregados da história deste país. O Senado da República abraça esta causa — destacou Davi Alcolumbre.
Vanderlan Cardoso classificou a visita como "bastante positiva”. O senador informou que será preparado um relatório sobre o trabalho da comissão em Minaçu para ser apresentado à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao presidente do STF, Dias Toffoli, e à ministra Rosa Weber, responsável por analisar o caso da Sama no Supremo.
— Estamos otimistas de que iremos conseguir sensibilizar para a situação dos trabalhadores de Minaçu — disse Vanderlan.
Sama
A Sama Minerações Associadas, pertencente ao Grupo Eternit, tinha como principal atividade a extração e beneficiamento da fibra mineral crisotila. Com a produção voltada exclusivamente para atender a demanda do mercado externo, era a maior mineradora de crisotila da América Latina e a terceira do mundo. A crisotila é utilizada por mais de 150 países, como Estados Unidos e Alemanha, em indústrias que vão da construção civil à aeroespacial.
A Sama controlava a mina de Cana Brava, situada no município de Minaçu, ao norte do estado de Goiás, a 510 quilômetros da capital Goiânia. A mina está localizada na margem esquerda do Rio Tocantins. A área de concessão estadual abrange 4,3 mil hectares, sendo que, desse total, aproximadamente 20% eram destinados à mineração, 10% ao reflorestamento e 70% representam a reserva natural de vegetação nativa. A mina de Cana Brava foi descoberta em 1962 e, cinco anos depois, teve início a exploração de crisotila na região.
Da Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado, com Assessoria do senador Vanderlan Cardoso
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
MAIS NOTÍCIAS SOBRE: