Senado abre exposição 'As Fallas do Throno' nesta quinta-feira

Da Redação | 30/08/2017, 16h20

O presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira, deve abrir nesta quinta-feira (31), às 10h, no Salão Negro do Congresso Nacional, a exposição As Fallas do Throno, parte de um conjunto de quatro exposições previstas para  2017 e 2018 produzidas pela Secretaria de Gestão e Documentação do Senado, em parceria com o Museu Nacional do Conjunto Cultural da República. Serão expostos 73 manuscritos originais de discursos feitos na abertura e no encerramento das sessões legislativas da Assembleia-Geral na época do Império, entre 1826 e 1889.

A mostra estará aberta a toda a comunidade, com atenção especial a alunos, a partir do 6º ano, de escolas públicas e privadas. A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, ressalta que a exposição é uma oportunidade de conhecimento dos registros da história política e social do Brasil.

— A exposição destacará as temáticas debatidas nos discursos e suas repercussões. Teremos também uma réplica da Lei Áurea, da qual o Senado é o depositário principal e detém o texto original — afirmou a diretora.

Ilana considera a iniciativa uma oportunidade para que os visitantes conheçam ainda mais desse período da história do Brasil — o contato que geralmente se dá por séries de televisão e livros didáticos pode acontecer por meio do material da exposição. Os interessados poderão ver os documentos de quintas a segundas-feiras, durante as visitas guiadas ao Congresso.

Memória do Mundo

A chefe do Serviço de Arquivo Histórico, Rosa Vasconcelos, informou que o acervo de As Fallas do Throno foi inscrito no programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ela explica que esse registro para documentos da Unesco equivale ao tombamento de cidades como Patrimônio Cultural da Humanidade, trazendo para o Senado a obrigação de conservar os itens expostos e promover sua divulgação.

Juntamente com Antônio Barbosa, consultor legislativo aposentado do Senado e professor de história, Rosa Vasconcelos responde pela curadoria da exposição. O acervo já foi exposto anteriormente no Museu do Senado.

Estética e didática

Antônio Barbosa, que leciona história contemporânea na Universidade de Brasília (UnB), chama atenção sobre alterações promovidas na exposição das Fallas do Throno.

— A exposição agora vem com algumas modificações que incluem novos textos de apresentação, com ênfase na obtenção do título Memória do Mundo e que contextualizam o visitante para a importância desse registro da Unesco — salientou o professor, que atualmente trabalha como servidor voluntário da Casa.

Barbosa observou que dois objetivos precisam ser cumpridos quando uma instituição como o Senado se propõe a realizar uma exposição. O primeiro diz respeito ao aspecto artístico e estético, que está sendo assumido pelo Museu da República, responsável por todo o projeto expográfico. O segundo se refere ao caráter didático, que, segundo o historiador, foi bastante explorado nessa segunda versão de As Fallas do Throno, pelo esforço de produzir textos curtos a fim de informar e não confundir os visitantes, além da seleção criteriosa do material disponível.

Wagner Barja, que dirige a equipe do Museu da República responsável pela curadoria artística da exposição, relata que a cooperação com o Senado é uma realidade desde 2015. Ele afirma que essa é uma forma de as instituições com atividades afins trabalharem em parceria com economia, clareza e probidade. Segundo o artista, o levantamento e catalogação do acervo histórico e artístico do Senado também estão entre as ações de cooperação prestadas pelo museu em contrapartida às publicações impressas pela Secretaria de Editorações e Publicações (Segraf) da Casa.

— Essa parceria é uma mão na luva. A consultoria prestada na área de museologia e curadoria de exposições leva as ações culturais a não despenderem tantos recursos públicos para acontecer e viabiliza as publicações do Museu da República. Eu reconheço o trabalho dos profissionais de arte, cultura e história do Senado. É o serviço público de duas instituições republicanas proporcionando informação e conhecimento à população —, observou Wagner Barja.

Mobiliário

A equipe do Serviço de Museu do Senado Federal foi responsável por separar as peças para organizar a montagem dos cenários onde estão expostos os documentos. O chefe do serviço, Alan Silva, conta que o Museu do Senado guarda alguns dos itens que compõem a exposição, como móveis e utensílios do Palácio Conde dos Arcos, antiga sede do Senado no Rio de Janeiro.

— Nosso trabalho recompõe todo um ambiente de época, a fim de que a exposição seja atrativa e não fique árida. Estamos levando para As Fallas do Throno lustres e cadeiras utilizados por dom Pedro I, princesa Isabel e príncipes regentes — adiantou Alan.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)