Senado lança versão 'fac-símile' em quadrinhos de 'O Guarani' publicada em 1937

Da Redação | 26/06/2017, 09h44

O Senado acaba de lançar uma edição fac-símile da versão em quadrinhos do romance O Guarani, de José de Alencar, publicada originalmente em 1937. Com ilustrações do historiador de arte F. Acquarone, a versão impressa está sendo vendida a R$ 10. A digital pode ser baixada gratuitamente no endereço http://livraria.senado.leg.br/o-guarani-vol-235.html.

Carlos Henrique Santos, integrante do Conselho Editorial do Senado, ressalta a importância histórica de O Guarani para a literatura brasileira. Ele lembra que o livro foi inicialmente apresentado, no ano de 1857, em forma de folhetim, publicado regularmente em capítulos.

— Quando, no século 19, José de Alencar publicou O Guarani em formato de folhetim, ele tinha a intenção de chegar a um maior número de leitores. Só mais tarde, ele reuniu esses capítulos e editou o romance. O livro, então, se tornou um marco da literatura brasileira. É uma obra de referência da época em que José de Alencar era o rei do indianismo, da valorização das coisas nacionais — explica.

Já a adaptação da obra literária para os quadrinhos, publicada pelo jornal Correio Universal, ocorreu somente na década de 1930, explica Ronaldo Costa Fernandes, também do Conselho Editorial. Segundo ele, Acquarone, que também era pintor, caricaturista e jornalista, adaptou e desenhou uma série de obras literárias, como Os Cossacos, do escritor russo Leon Tolstoi, na mesma década.

— O Acquarone era um artista plástico importante. Foi um historiador da arte brasileira e, ao mesmo tempo, um pintor muito interessante. Essa publicação [O Guarani] é importante no sentido de que recupera e resgata os primórdios dos quadrinhos no Brasil — afirma Fernandes.

Para Carlos Henrique, a transposição da linguagem literária à visual garante que a publicação alcance um público ainda maior. Segundo ele, a escolha da obra para compor o acervo do Senado se deve ao fato de o Conselho Editorial disponibilizar conteúdos que constituem referência histórica e auxiliem os leitores a conhecerem melhor o Brasil.

— O conselho participa de bienais e feiras de livros pelo país inteiro. Além dos preços acessíveis, também digitalizamos as obras editadas aqui para dar acesso gratuito ao público — destaca Carlos Henrique.

Livraria

Além da versão digital gratuita, a impressa pode ser adquirida pelo site da Livraria do Senado, no endereço http://livraria.senado.leg.br. Há dois pontos de venda da livraria: um no Túnel do Tempo, que liga o Palácio do Congresso ao Anexo 2 do Senado, e outro no prédio da Gráfica do Senado, na Via N2. Ambos funcionam das 10h às 17h.

Outros clássicos

O Senado também publicou o fac-símile de dois outros clássicos em quadrinhos: As memórias de o Tico-Tico, de J. Carlos, e As aventuras de Nhô-Quim e Zé Caipora, de Ângelo Agostini. As memórias de o Tico-Tico foi publicada originalmente nas revistas O Malho e O Tico-Tico na primeira década do século 20. As aventuras de Nhô-Quim e Zé Caipora são as primeiras publicações de quadrinhos no Brasil e datam do final dos anos 1880.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)