Sessão solene do Congresso celebra centenário de nascimento de Roberto Campos

Da Redação | 12/04/2017, 16h01

O centenário do nascimento do economista, diplomata e político Roberto Campos será comemorado em sessão solene do Congresso Nacional nesta segunda-feira (17), às 11h. O requerimento original para a homenagem — que seria uma sessão especial do Senado — foi apresentado pelo senador Cidinho Santos (PR-MT), que considera de “extrema importância” a participação de Campos na vida política e econômica do país. Cidinho lembrou que ele foi responsável pela criação do Banco Central, do FGTS e do Estatuto da Terra. Em decorrência de requerimento do deputado Paes Landim (PTB-PI), a sessão foi transformada em Sessão Solene do Congresso Nacional.

Após atuar como diplomata brasileira nos Estados Unidos, na década de 1940, Campos ocupou diversos cargos no Brasil na década de 1950, até tornar-se ministro do Planejamento e da Coordenação Econômica, de 1964 a 1967 (governo Castello Branco). Retornou à diplomacia em 1974, quando foi nomeado embaixador do Brasil em Londres.

Na década de 1980, iniciou sua carreira política como senador por Mato Grosso, estado onde nasceu em 17 de abril de 1917. Foi senador entre 1983 e 1991, pelo PDS, quando atuou como constituinte. Na década de 1990, foi deputado federal por dois mandatos, atuando inclusive na revisão da Constituição, em 1993.

Em seu último discurso como parlamentar, anunciou que faria um “retrospecto melancólico”. Ao despedir-se da Câmara, em janeiro de 1999, esclareceu que sua melancolia não provinha de saudades antecipadas de Brasília, que considerava “um bazar de ilusões e uma usina de déficits”.

A melancolia, acrescentou, expressava o reconhecimento do fracasso de uma geração — a sua — em lançar o Brasil em uma trajetória de desenvolvimento sustentado. “Continuamos longe demais da riqueza atingível e perto demais da pobreza corrigível”, disse.

Para ele, a melancolia vinha também da constatação da “insuportável mesmice”: quando chegou ao Congresso, em 1983, os “temas candentes” eram a moratória e a recessão; ao despedir-se de dois mandatos de deputado federal, 16 anos depois, os “temas inquietantes” voltavam a ser recessão e crise cambial.

Segundo Roberto Campos, o fato demonstrava que o Brasil, mesmo capaz de saltos de desenvolvimento, não aprendeu “a tecnologia” do desenvolvimento sustentado. “É um saltador de saltos curtos, e não um corredor de resistência”, observou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)