Senadores lamentam onda de violência no Espírito Santo

Da Redação | 08/02/2017, 20h44

Diversos senadores ocuparam a tribuna, na tarde desta quarta-feira (8), para manifestarem preocupação em relação à onda de violência que atinge o estado do Espírito Santo desde a madrugada de sábado (4), quando os policiais militares deixaram de sair às ruas para o policiamento.

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) fez um apelo à Polícia Militar do Espírito Santo para que ela retome suas atividades e ressaltou a importância de, logo em seguida, haver um diálogo do governo do estado com os policiais.

- Por certo, com o retorno do bom senso dos policiais militares, precisa estar o governo do estado determinado a retomar o diálogo com os policiais para que, através da negociação e da conciliação, possamos resgatar a ordem e a lei em nosso estado – disse.

Ferraço ressaltou que a crise que está ocorrendo no Espírito Santo pode ser “apenas o estopim da multiplicação de ações dessa natureza pelo Brasil afora” e ressaltou que nenhum outro interesse deve se sobrepor à ordem no estado.

- A solução é o retorno imediato da Polícia Militar às ruas, cumprindo com sua responsabilidade constitucional, atendendo às famílias e fazendo aquilo que a nossa Polícia Militar sempre fez ao longo da sua história. São mais de 180 anos de bons serviços prestados à população do meu estado – afirmou.

O senador Magno Malta (PR-ES) pediu para que, tanto o governo do estado como os policiais, “desarmem seus espíritos” e dialoguem sobre as ações que podem ser feitas no presente e no futuro em nome da sociedade, que, afirmou, está ilhada e com o comércio fechado.

- Eu apelo ao vice-governador César Colnago, ao governador Paulo Hartung: chamem as lideranças, desarmem os espíritos, chamem o secretário de Fazenda, mostrem a eles a arrecadação, mostre a eles os prejuízos, para ver o que é possível fazer agora, o que é possível fazer a médio prazo e o que é possível fazer a longo prazo – disse.

Malta ainda condenou a criminalização da polícia feita “por uma mídia esquerdopata do país, segundo a qual, a polícia do Brasil é a pior e a mais truculenta”. Ele afirmou que a polícia no mundo inteiro tem os seus problemas e todas essas críticas  servem apenas para piorar a situação.

Ministério da Justiça

Já o senador Jorge Viana (PT-AC) expressou em Plenário sua preocupação com o fato de – em um momento complicado como o vivido pelo Espírito Santo – o governo estar sem o titular do Ministério da Justiça. Isso porque, indicado para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes pediu afastamento da pasta por 30 dias.

- Faço esta ponderação: temos um ministro da Justiça agora interino, num dos momentos mais difíceis que a sociedade brasileira vive. Já estamos vivendo uma crise econômica que se agrava, uma crise política que não tem fim e, agora, uma crise na área de segurança que deixa o povo brasileiro com medo. Então faço um apelo: presidente Michel Temer, imediatamente nomeie o ministro da Justiça, porque o Brasil, neste momento, não pode viver com um ministro interino.

Líder do governo no Senado, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) rebateu as ponderações de Viana assegurando que a interinidade do ministro em nada prejudicou a atuação do governo federal no episódio. Aloysio Nunes destacou, por exemplo, que o governo já liberou mais de R$ 1,2 bilhão para a segurança pública nos estados.

- O governo está atuando, está presente. O ministro da Justiça interino é um homem que, se eu fosse presidente, poderia tranquilamente nomeá-lo como ministro efetivo. É ele que está à frente do Ministério, um jurista renomado, um homem de larguíssima experiência na gestão pública, inclusive na gestão do próprio ministério – defendeu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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