Lindbergh cita Tancredo para protestar contra defensores do impeachment: 'Canalhas!'

Da Redação | 31/08/2016, 14h43

“Canalhas! Canalhas! Canalhas!”. Ao reproduzir frase do então senador Tancredo Neves contra a cassação do ex-presidente João Goulart, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) demonstrou sua indignação pelo risco até então iminente de a agora presidente cassada Dilma Rousseff perder o mandato. Antes da votação que aprovou o impeachment por crime de responsabilidade, nesta quarta-feira (31), ele fez um apelo para que os senadores não votassem favoravelmente ao afastamento.

— Faço um apelo aos senadores, em nome de suas biografias, da história, de seus netos. Não pensem pequeno, nos cargos oferecidos por Michel Temer, pensem na história — disse, no encaminhamento da votação.

Lindbergh afirmou que, se os senadores cometessem essa injustiça contra Dilma, optariam por colocar seus nomes “na lata do lixo da história”. Ele considerou estar “do lado certo da história, do lado da democracia” e afirmou que a nova geração de brasileiros lutará pela anulação desta sessão, a exemplo do que fizeram com a cassação do mandato de João Goulart.

Vanessa Grazziotin e Humberto Costa

Em seu encaminhamento, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que a aprovação do impedimento seria um golpe não contra a Dilma, mas contra o Brasil e o povo brasileiro.

— Aqui não há ingênuos, não vamos ser hipócritas, todos sabemos que a presidente não cometeu crime, a decisão é política — afirmou Vanessa.

Já Humberto Costa (PT-PE), num tom mais ameno que Lindbergh, afirmou que os integrantes do Senado são merecedores de respeito e estima, mas que corriam o risco de “cometer um grave erro para democracia” ao aprovar o impedimento, que acabou se confirmando com um placar de 61 favoráveis e 20 contrários. Dilma, apesar de cassada, conseguiu manter a habilitação para o exercício de qualquer função pública, por um placar de 42 a 36.

Em sua opinião, o Senado concluiu um processo de impedimento que não cumpriu os pressupostos da Constituição, pois não conseguiu se provar que tenha havido crime de responsabilidade.

— Termina resumido a um processo político capitaneado por forças que foram quatro vezes derrotadas nas urnas do país — lamentou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)