Lídice diz que impeachment é farsa parlamentar e opção pelo radicalismo

Da Redação | 30/08/2016, 17h35

Ao declarar a intenção de votar contra o impedimento de Dilma Rouseff, nesta terça-feira (30), a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) chamou o processo de “golpe” e “farsa parlamentar”, que teria começado em 2014, desde a reeleição da presidente afastada. Para a senadora, o impeachment é uma “opção pelo confronto e pelo radicalismo”. Ela voltou a defender a convocação de um plebiscito para consultar a população sobre a realização de eleições gerais antecipadas.

Lídice atribuiu o impeachment a um conluio entre técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) para a construção de uma tese; ao patrocínio da acusação pelo PSDB, derrotado nas urnas; à revanche política do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha; à traição do presidente interino, Michel Temer; à deslealdade de ex-ministros do governo Dilma; e à grande mídia, que, segundo ela, agiria como “verdadeiro partido político”.

– Tudo isso temperado com uma pitada de constitucionalidade. Com a rigorosa observação dos ritos, dos prazos, das formalidades da lei, das regras do processo. Tendo o presidente do STF como presidente do julgamento. Como se tudo isso fosse cerejas de um bolo amargo e indigesto para mascarar a imaterialidade das denúncias – disse.

Na opinião de Lídice, ficou demonstrado no processo que Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade e a acusação apelou para uma “retórica falaciosa” por falta de provas.

– Querem cassar o mandato de uma presidente legitimamente eleita pelo conjunto da obra, pela impopularidade momentânea, pela perda da maioria parlamentar, esquecendo-se que num regime presidencialista quem cassa o mandato do governante pelo conjunto da obra é o povo das urnas – concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)