CRE aprova acordo internacional voltado para o mercado de bambu

Sergio Vieira | 24/08/2016, 17h36

O acordo sobre a constituição da rede internacional do bambu e do ratã, celebrado em Pequim, na China, em 1997, foi aprovado nesta quarta-feira (24) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

De acordo com o relator, o senador Jorge Viana (PT-AC), com o acordo, o Brasil entra para a Rede Internacional do Bambu e do Ratã, única organização intergovernamental do mundo com sede na China. Ele disse que a rede procura implementar uma agenda global de desenvolvimento sustentável por meio do bambu. Segundo o senador, o fortalecimento desse mercado no Brasil trará benefícios para a Amazônia e principalmente para o Acre.

— São mais de 4 milhões de hectares de florestas com bambu, o equivalente a um terço de nosso território — afirmou Jorge Viana.

Ele também afirmou que a Fundação de Tecnologia do Acre prepara um detalhado mapeamento do potencial econômico da fibra. E o governo do estado incentiva o plantio do bambu em áreas desmatadas de sistemas agroflorestais, como forma de criar fontes de renda alternativa para comunidades tradicionais.

— Assim a biodiversidade acriana vira um ativo. E a Embrapa já está fazendo pesquisas objetivando a introdução de novas espécies com maior produtividade e sem espinhos — disse, explicando que é possível o plantio do bambu com o açaí, a seringueira, a castanha, o mamão e o cupuaçu, em sistema de agrofloresta.

O senador afirmou também que o manejo do bambu tem despertado a atenção de outros estados, como São Paulo. Citou ainda que o mercado chinês alcança US$ 30 bilhões.

O mercado brasileiro importa da China milhões de dólares em fibras têxteis de bambu, sendo que poderia extrair essa matéria-prima da Amazônia — concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)