Gleisi nega campanha sobre 'golpe' durante Eurolat

Da Redação | 20/05/2016, 14h06

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) reagiu a acusações de que políticos brasileiros contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff atuaram para propagar nesta semana, durante a Assembleia Parlamentar Euro-Latinoamericana (EuroLat), a ideia de que um golpe de estado está em andamento no Brasil. A senadora, que participou da assembleia, afirmou que a questão já estava posta nos debates quando a comitiva brasileira chegou a Lisboa (Portugal), onde o evento ocorreu.

Gleisi disse que os parlamentares foram solicitados a apresentar um informe sobre a situação e que, isso feito, ficou evidenciada uma coincidência de visões em relação ao processo político no Brasil. A senadora disse que manifestações de preocupação e críticas vieram de parlamentares dos blocos latino-americano e europeu e de líderes de partidos de esquerda e socialdemocratas. Destacou ainda as análises e editoriais publicados em jornais europeus, inclusive veículos conservadoras.

— Quero apenas deixar claro que não houve um esforço por parte da delegação brasileira para dizer que aqui houve um golpe. As pessoas estão vendo, o mundo é globalizado, não há como esconder a situação. E isso incomoda, sim — afirmou.

Antes, o senador José Medeiros (PSD-MT), havia lamentado em Plenário que uma "discussão interna" — a do impeachment — tenha sido levada para o Eurolat por grupo de parlamentares brasileiros, com denúncia de que existe um golpe e que o Brasil vive em "estado de exceção". Segundo ele, "seria preocupante, mas não é verdade".

Imagem ruim

A senadora disse que a imagem do país “está ruim” também por causa da composição do novo governo, sem a presença de mulheres e negros, e ainda por conta do que vem sendo dito sobre as políticas públicas, com extinção de programas e cortes de recursos na área social. A seu ver, está clara uma “questão de ilegitimidade”, pois as urnas não deram apoio a um “programa liberal na economia e conservador nos costumes e nas políticas”.

Para Gleisi, é sinal ruim a ausência de notícias na imprensa brasileira de iniciativas de contato de chefes de Estado estrangeiros com o presidente interino Michel Temer, para cumprimentá-lo por ter assumido o cargo.

— Isso é sintomático, porque isso está incomodando as relações internacionais do Brasil, está incomodando a comunidade internacional, está causando um desconforto a forma como o Brasil encaminhou a solução para um problema de crise política — avaliou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)