Senadores da oposição declaram obstrução até que comissão do impeachment seja instalada
Da Redação | 08/03/2016, 21h36
Os líderes da oposição no Senado iniciaram, nesta terça-feira (8), um movimento de obstrução dos trabalhos no Congresso até que seja instalada a comissão especial para analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os senadores aderiram à iniciativa dos parlamentares do PSDB, DEM, SD, PPS e PSB na Câmara dos Deputados.
No início desta semana o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou acórdão da decisão sobre o rito do impeachment e abriu prazo para apresentação de recursos.
Os senadores da oposição se declararam em obstrução na votação em Plenário de matéria do interesse do governo, a Medida Provisória (MP 693/2015) que concede benefícios fiscais aos distribuidores de energia elétrica nas Olimpíadas. Entretanto, a medida foi aprovada por 47 votos a 12.
Para o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), o Brasil aguarda uma resposta do Legislativo sobre a crise política. Ele afirmou que o país se encontra sem comando e em um “vazio de liderança e governabilidade”.
— O que nós pretendemos é que se resolva o impasse do impeachment. Seja afastando a presidente Dilma pelos crimes de responsabilidade que foram praticados, ou se for a decisão da Câmara nos Deputados , e na sequência do Senado, que se absolva a presidente pra que possamos aguardar a outra seara do debate que se encontra no âmbito da Justiça Eleitoral — disse Cássio.
O senador reiterou que enquanto não for instalada a comissão na Câmara, a obstrução nas próximas sessões será um “gesto político”.
O líder do DEM, senador José Agripino (RN) afirmou que a oposição está em sintonia com o sentimento da sociedade, que cobra da classe política uma definição de rumo no país.
— As pessoas acham que o governo que nos preside não vai levar o Brasil a lugar nenhum e cobra da oposição um posicionamento, com um desejo que é o melhor para o país, que é a substituição desse governo por outro que governe.
Governo
O líder do governo, Humberto Costa (PT-PE), criticou a oposição dizendo que a atitude de obstruir as votações reflete a ideia do “quanto pior, melhor".
— Uma posição política cujo objetivo é paralisar o funcionamento do Congresso. Acho interessante que, no início deste ano, nós vimos líderes dos partidos da oposição virem aqui para fazer uma espécie de mea culpa, apresentar uma agenda propositiva, e não conseguem ficar nem um mês na defesa dela.
Lindbergh Farias (PT-RJ) considerou “inacreditável” o papel da oposição no atual momento de crise econômica no país. Para ele, o povo espera que o Congresso contribua na resolução dos problemas.
— Não tem como o país sair dessa crise com o nível de impasse político como esse. Já não deixam a Dilma governar há muito tempo, desde o começo do ano passado. Agora quererem que a gente não trabalhe, não tome decisões legislativas, é o cúmulo. Eu acho sinceramente que a posição vai pagar por essa decisão — disse.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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