Experiência da Universidade Federal do Sul da Bahia pode ser modelo para o país
Patrícia Oliveira | 16/12/2015, 18h07
Um balanço dos primeiros dois anos de existência da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) foi realizado nesta quarta-feira (16) em audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Os dados apresentados pelo reitor Naomar Monteiro de Almeida Filho mostram uma instituição que procura valorizar a inclusão, a integração social, o desenvolvimento regional, o uso massivo de tecnologia da informação e a educação básica.
A criação da UFSB, com sede na cidade de Itabuna e com um campus em Porto Seguro e outro em Teixeira de Freitas, foi aprovada pelo Senado em 8 de maio de 2013 e sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 5 de junho do mesmo ano.
O modelo pedagógico adotado se diferencia das demais universidades por permitir o ingresso dos alunos nos programas de bacharelado interdisciplinar, em que o estudante escolhe uma entre quatro grandes áreas de atuação: Artes; Humanidades; Saúde; Ciência e Tecnologia. Após concluir o bacharelado, com duração de três anos, o aluno poderá fazer uma opção mais específica, escolhendo uma carreira profissional.
Além disso, a nova universidade oferece aos moradores dos municípios do sul da Bahia com mais de 20 mil habitantes a possibilidade de ingressar em seus cursos por meio de colégios universitários instalados em suas próprias localidades.
O reitor da UFSB relatou que as inovações começam pelo regime letivo, que é quadrimestral de multiturno, e o currículo modular e flexível. As atividades desenvolvidas na universidade têm cobertura digital em tempo real, registradas em áudio e vídeo e retransmitidas para os alunos dos colégios universitários, que podem participar de forma interativa na sala de aula.
— A gente tem um conceito pedagógico que a melhor forma de aprender é fazendo. Todo aluno recebe um notebook, como fiel depositário, e a instrução é levar para casa, compartilhar com a família. É um orgulho para eles — explicou o reitor.
Futuro
O próximo passo será implantar na região complexos integrados de educação em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e outras universidades. A ideia é que escolas de ensino médio cedam espaço para os colégios universitários e se transformem em escolas de ensino integral pela manhã e à tarde. À noite, para os alunos trabalhadores, funcionará como um centro noturno de educação.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA), que foi a relatora do projeto de criação da universidade e uma das autoras do requerimento para a audiência pública, defendeu no Ministério da Educação a abertura de novas vagas para professores, uma demanda da universidade.
— Tenho grande expectativa de que essa possa ser uma experiência modelo a ser reproduzida em outros territórios brasileiros e, por isso, que ela possa acontecer exitosamente. Coisa que já vem efetivamente ocorrendo — disse a senadora.
O Coordenador-Geral de Expansão e Gestão das Instituições Federais de Educação Superior do Ministério da Educação, Antônio Simões, afirmou que o MEC deve acompanhar a experiência e torcer pelos bons resultados, para que as novas universidades também adotem o modelo.
— Era interessante que o Brasil fizesse isso porque essa experiência inclui muito, o aluno não vem para a universidade, a universidade vai para o aluno — ressaltou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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