Dieese aponta vantagens do Programa de Proteção ao Emprego

Da Redação | 26/08/2015, 17h03

O economista Clovis Scherer, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontou vantagens para os trabalhadores, empregadores e governo com o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que pretende evitar a demissão em empresas que estão passando por dificuldades financeiras temporárias. Juntamente com representantes de centrais sindicais, o economista foi ouvido nesta quarta-feira (26) pela comissão mista que analisa a medida provisória (MP 680/2015) referente ao programa.

— Para o trabalhador, a renda não diminui tanto como nos casos de suspensão temporária do contrato de trabalho e seguro-desemprego. Para o governo, a vantagem é que evita saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e mantém as contribuições do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], o que compensa os gastos com o FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador]. E as empresas que aderirem terão o custo com os trabalhadores diminuído — ressaltou.

Scherer admitiu, no entanto, que, embora seja importante para preservar o emprego, o programa não promove o crescimento econômico.

Representantes das centrais sindicais reunidos para conhecer a análise do Dieese disseram apoiar a proposta, mas cobraram medidas complementares. Pascoal Carneiro, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), disse que é preciso estimular o consumo para a economia voltar a crescer.

— O trabalhador garante o emprego pelo período do acordo, mas tem uma redução de salário. Quando você reduz salário, você retira dinheiro da economia, do consumo interno. É preciso que o governo pense numa política de juros menor — defendeu Carneiro.

O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) comemorou a medida. Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde empresas têm anunciado demissões por conta da crise econômica, defendeu o Programa de Proteção ao Emprego.

— Essa proposta caiu como uma luva para as montadoras de veículos, e muitas delas já estão aderindo — disse o sindicalista.

Da Agência Câmara

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)