Brasil está menos atrativo, alerta presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo

Da Redação | 30/06/2015, 14h15

Apesar de contar com grande potencial exploratório, o Brasil perdeu competitividade nos últimos anos na atração de novos investimentos. O alerta é do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Jorge Marques de Toledo Camargo, que participou nesta terça-feira (3) de sessão temática no Plenário para debater a participação da Petrobras no pré-sal.

Segundo Camargo, em 2013 foram investidos US$ 700 bilhões no setor em todo o mundo, sendo que apenas US$ 40 bilhões foram destinados ao Brasil, país que concentrou 40% das descobertas do petróleo convencional nos últimos dez anos.

Desde 2013, os preços do petróleo caíram pela metade, obrigando as empresas a serem mais seletivas com os projetos. O impacto da falta de competitividade do país tornou-se ainda mais agudo — constatou.

Jorge Camargo citou alguns pontos que precisam ser melhorados para que o Brasil volte a ser atraente ao investimento global, como rapidez no licenciamento ambiental, estabilidade regulatória e fim do operador único.

O especialista deu o exemplo bem-sucedido da Noruega, que, quando descobriu o pré-sal no Mar do Norte, construiu políticas para atrair o maior número possível de operadores e, com isso, contribuir para desenvolver a indústria local.

— Um operador único é cliente único e aumenta o risco das empresas investirem. A diversidade diminui a exposição ao risco. A multiplicidade de operadores é visto como grande valia — opinou.

Para  o presidente do IBP, as boas empresas prosperam ainda mais num ambiente de competição sadia. E, na opinião dele, a  "Petrobras é uma excelente empresa" e tem condições de atuar sem necessariamente participar com 30% nos leilões, conforme prevê o Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP).


Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)