Alberto Youssef pode depor à CPI Mista da Petrobras na próxima semana

Larissa Bortoni | 15/10/2014, 17h32

O presidente da CPI Mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) está em negociações com a Polícia Federal e a Justiça Federal para possibilitar o depoimento do doleiro Alberto Youssef na semana que vem ou na outra. A convocação de Youssef para depor foi aprovada no começo de junho.

— Está na minha ordem de prioridades trazer Youssef. Espero que ele venha para conversar, para falar do mesmo jeito que falou no depoimento à Justiça, disse Vital.

O doleiro foi preso em março pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, acusado de envolvimento em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e envio de recursos para o exterior de maneira ilegal. Youssef agia em parceria com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ambos fizeram delação premiada, em acordos com o MP e a Justiça Federal. No caso do doleiro, conforme a imprensa, isso se deu no final de setembro. Ele assinou um acordo de delação premiada em troca de redução de pena. Já teria, inclusive, prestado os primeiros depoimentos em consequência deste acordo.

A polícia e o Ministério Público investigam as denúncias de desvio de dinheiro na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco e na compra da Refinaria Pasadena, nos Estados Unidos. Os dois casos estão entre os investigados pela CPI Mista.

Enquanto não há uma definição quanto à data do depoimento do doleiro, a CPI Mista da Petrobras se preparar para ouvir na quarta-feira da semana que vem (22) o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza. O requerimento do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), aprovado pela CPI Mista, argumenta que Cosenza precisa esclarecer denúncias publicadas pela revista Época, segundo as quais ele estaria ligado a condutas criminosas praticadas por Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA).

Vaccari

Também na semana que vem os parlamentares da oposição deverão insistir na votação de requerimentos para as convocações do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto e do ex-diretor de serviços da Petrobras Renato de Souza Duque, que também seria ligado ao PT. Ambos, segundo depoimento (não coberto por sigilo) de Paulo Roberto Costa, estariam envolvidos em esquemas de corrupção na Petrobras. Há ainda um requerimento que solicita a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do dirigente petista. O deputado Rubens Bueno deixou claro o desejo da oposição de ouvir os dois.

— Tanto o Renato Duque quanto o Vaccari Neto são pessoas que têm todo um envolvimento, não só no recebimento da propina, mas na entrega desses valores. É preciso esclarecer se esse dinheiro foi parar em cofres de campanha, caixa dois, partidos e candidatos. Tudo isso deve ser esclarecido — afirmou o deputado do PPS.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)