Senado homenageia Universidade Federal de Itajubá no centenário de sua fundação

Da Redação | 29/11/2013, 18h35

Em 23 de novembro de 1913 foi fundado o Instituto Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá, idealizado pelo advogado Theodomiro Carneiro Santiago com apoio do então presidente da República, Hermes da Fonseca, que participou da inauguração da instituição. Cem anos depois, a agora Universidade Federal de Itajubá (Unifei), referência em formação em engenharia no país, teve seu aniversário comemorado pelo Senado em sessão especial na tarde desta sexta-feira (29).

A homenagem foi requerida pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), com apoio de diversos outros senadores. Primeiro orador da sessão, Delcídio afirmou que a Unifei "é uma verdadeira referência nacional”. O senador, engenheiro eletricista de profissão, lembrou ter trabalhado com vários engenheiros formados na cidade de Itajubá, localizada no sul de Minas Gerais.

- Itajubá tem uma grande história de parceria com o progresso e o desenvolvimento – disse Delcídio, lembrando que o Dia do Engenheiro Eletricista foi instituído no Brasil na mesma data do aniversário da Unifei, 23 de novembro.

A solenidade foi aberta com o Hino Nacional e, em seguida, o músico itajubense Ivan Vilela entoou músicas do cancioneiro popular com sua viola caipira. Também participaram da cerimônia os ex-reitores da Unifei Zulci de Souza e Fredmarck Gonçalves Leão, o professor titular e ex-aluno da universidade Afonso Henrique Moreira dos Santos, o consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e também ex-aluno da Unifei, Ricardo Pinto Pinheiro, o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Camargo, o senador Gim (PTB-DF) e o atual reitor da universidade, Dagoberto Alves de Almeida, além de professores, alunos e servidores da instituição.

Delcídio recordou de inúmeros de seus trabalhos como engenheiro eletricista, quando pode trabalhar em parceira com profissionais formados na Unifei na implantação de usinas hidrelétricas e linhas de transmissão em Pernambuco, Pará, Amazonas, Bahia e Rondônia, entre outras localidades.

- A Unifei é uma instituição emblemática para a engenharia nacional. Conheci engenheiros de Itajubá trabalhando no Brasil inteiro e, todos que conheci, absolutamente bem formados e competentes. Essa universidade é uma referência para todos os engenheiros do Brasil – afirmou Delcídio antes de acrescentar que o Brasil “precisa de mais engenheiros”.

Por sua vez, o senador Gim informou que engenheiros formados na Unifei ajudaram na criação e instalação da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), de Furnas Centrais Elétricas, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Companhia Energética de Brasília (CEB), dentre várias outras. Gim disse que centenas de engenheiros da Unifei “ajudaram a levar energia aos mais longínquos rincões da pátria”.

O reitor da Unifei, Dagoberto de Almeida, destacou a coragem do pioneiro Theodomiro Santiago, que investiu recursos próprios e dinheiro da família para fundar e construir o instituto que agora é uma universidade reconhecida em todo o país.

- Essa universidade tem mudado a vida das pessoas, e vai continuar mudando, para melhor. Que venha o próximo centenário e muito obrigado a todos – disse o reitor.

Histórico

O  Instituto Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá (Iemi), embrião da universidade, foi inaugurado em 23 de novembro de 1913, em solenidade que contou com a participação do presidente da República Hermes da Fonseca. Fruto do idealismo pragmático de Theodomiro Carneiro Santiago, jovem advogado e educador que fora à Europa conhecer escolas de engenharia, adquirir equipamentos e contratar professores, o Iemi destacou-se, desde o início, no ensino de engenharia mecânica e de engenharia elétrica, sendo pioneiro na América do Sul nesta última área.

Em 1917, seus cursos foram oficialmente reconhecidos pela Lei nº 3.232, sancionada pelo presidente Wenceslau Braz. A duração dos cursos se estendeu, em 1936, para cinco anos, quando a instituição foi equiparada à Escola Politécnica do Rio de Janeiro e passou a se denominar Instituto Eletrotécnico de Itajubá (IEI).

Após a morte de Theodomiro e um período de dificuldades financeiras, é constituída, em 1945, a Fundação Instituto Eletrotécnico de Itajubá, que passa a ser proprietária e mantenedora da instituição de ensino e pesquisa, viabilizando a continuidade de suas atividades.

Em 1956, ocorre a federalização do instituto pela Lei nº 2.721. Em 1968, ano em que se iniciam os cursos de pós-graduação, recebe a entidade a denominação de Escola de Engenharia de Itajubá (Efei). Por fim, a Lei nº 10.435/2002, sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, transforma a Efei em Universidade Federal de Itajubá (Unifei).

A Universidade Federal de Itajubá mantém até hoje seu eixo voltado prioritariamente para o ensino e a pesquisa tecnológicos e de ciências exatas, em 35 cursos de graduação e 16 de pós-graduação, que atendem cerca de oito mil alunos. Atualmente, a Unifei tem, além do campus em Itajubá, um campus na cidade de Itabira.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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