Mozarildo concorda com Francis Wolff: desinteresse pela política ameaça a democracia

Da Redação | 20/06/2012, 15h55

Em discurso nesta quarta-feira (20), o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) se disse especialmente preocupado com a afirmação de que o desinteresse por política ameaça a democracia, feita por Francis Wolff, professor de filosofia na Ecole Normale Supérieure de Paris. O filósofo ministrará palestra nesta quarta, a partir das 19h, sobre “O Apolitismo, a Maior Ameaça à Democracia” para o Fórum Senado Brasil 2012.

Segundo Mozarildo, o filósofo afirmou que “o povo sonha com o poder quando é governado por tiranos, mas recusa-se a assumi-lo quando alcança a democracia”. Para o senador, isso é uma verdade. Para o senador, quando há uma ditadura, um regime de exceção em que as garantias individuais e a liberdade de expressão são suprimidas, o povo protesta, como está acontecendo no Oriente Médio, e se mobiliza tanto nas ruas quanto nas redes sociais contra os tiranos. Mas quando há democracia, o povo se desinteressa pela política, porque a acha algo pernicioso, que todo político é igual, é corrupto e não presta, conforme afirmou.

O parlamentar mencionou ainda as críticas à Câmara e ao Senado, que custariam muito, mas salientou que se não houvesse o Congresso, haveria uma ditadura. O Executivo não teria um contrapeso e, sem a fiscalização do Parlamento e manobrando o Poder Judiciário, traria insegurança aos cidadãos, com leis sendo feitas por um pequeno grupo de pessoas, assim como ocorreria com sua execução.

- Então, é muito importante que as pessoas que querem o bem deste país se interessem, sim, pela política – afirmou.

Mozarildo observou que, sem a participação ativa das pessoas de bom caráter, abre-se o caminho para que os maus prosperem e ganhem cada vez mais espaço. O senador recordou a realização iminente das eleições municipais, marcadas para outubro, e ressaltou: o voto não tem preço, tem consequência. Segundo disse, as pessoas mais intelectualizadas precisam ter uma atitude menos egoísta, não cuidando apenas de si, mas do vizinho, do amigo, do empregado e de quem não teve condições de estudar mais para mostrar a importância do voto e de que ele não é uma mercadoria negociável.

- Quem compra voto e usa de mecanismos outros para se eleger, que compromisso moral tem com o município, o estado, o país? – questionou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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