Obama demonstra "apreço" por aspiração brasileira ao Conselho de Segurança da ONU

Da Redação | 19/03/2011, 17h06

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, demonstrou, durante encontro neste sábado (19) com a presidente brasileira Dilma Rousseff, seu "apreço" à aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A afirmação consta da Declaração Conjunta firmada pelos dois presidentes durante a primeira visita de Obama ao país.

A manifestação do líder norte-americano, importante para as pretensões do Brasil, surpreendeu positivamente o governo brasileiro.

Segundo a declaração, o Brasil e os Estados Unidos concordaram com a necessidade de reforma do organismo e expressaram seu apoio a uma "expansão limitada" do Conselho de Segurança, que "aprimore sua efetividade e sua eficiência, bem como sua representatividade". Ainda de acordo com a declaração, os dois presidentes destacaram a "maturidade e a profundidade do relacionamento entre Brasil e Estados Unidos, baseado em valores e princípios comuns e marcado por laços de amizade que têm aproximado suas sociedades multiculturais ao longo de suas histórias".

As semelhanças entre os dois países foram ressaltadas por Dilma, em seu pronunciamento após o encontro de duas horas com Obama, no Palácio do Planalto. O "alicerce da democracia", disse ela, permitiu o rompimento de barreiras e as eleições para presidentes, nos dois países, de um "afrodescendente e de uma mulher". Ela defendeu ainda a ampliação da cooperação bilateral em áreas como educação e inovação tecnológica, citando áreas como fontes renováveis de energia e exploração do petróleo em águas profundas.

Ao mesmo tempo, a presidente brasileira criticou a lentidão da reforma de instituições multilaterais e defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da ONU. "Não nos move um interesse menor pela ocupação burocrática de espaços", afirmou a presidente, "mas sim um mundo mais multilateral". Ela assegurou ainda que o Brasil tem "compromisso com a paz, a democracia, a tolerância e o diálogo", além de orgulho de viver em paz, "há mais de um século", com seus vizinhos.

Por sua vez, Obama observou que não era uma coincidência o fato de o Brasil ser a escala inicial de sua primeira visita à América do Sul. Ele recordou o "sacrifício" de pessoas que ajudaram o Brasil a sair da ditadura para a democracia, como a presidente Dilma, e lembrou que Estados Unidos e Brasil são as duas maiores democracias do continente.

O Brasil, segundo Obama, é um "líder regional" que está se tornando, cada vez mais, um "líder global". O presidente norte-americano recordou ainda que, se o Brasil deseja ser um grande exportador de petróleo extraído da camada pré-sal, os Estados Unidos querem ser grandes compradores. "Esta é uma situação em que os dois ganham", afirmou.

Chegada

O presidente Obama chegou às 10h30 ao Palácio do Planalto, com meia hora de atraso em relação ao programa inicial, subiu a rampa e encontrou-se com Dilma, que o esperava à entrada do palácio ao lado do ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, e da primeira dama norte-americana, Michelle Obama. Depois de acenarem para os fotógrafos e para estudantes da terceira e da quarta séries de uma escola de ensino fundamental do Guará, no Distrito Federal, que agitavam bandeiras dos dois países, dirigiram-se à exposição Mulheres Artistas e Brasileiras, onde permaneceram por 15 minutos.

Dilma e Obama subiram então a rampa interna do Palácio do Planalto para um encontro privado, seguido de outro ampliado, com a presença de ministros dos dois países. Em vez de apenas uma hora, como estava previsto, os encontros somaram duas horas. Os dois presidentes chegaram às 12h50 para a sala de briefings do palácio, onde apresentaram suas declarações, antes de partir para um almoço no Itamaraty.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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