CRE aprova indicação de José Maurício Bustani para Embaixada do Brasil na França

Da Redação | 25/10/2007, 17h55

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado aprovou nesta quinta-feira (25) a indicação de José Maurício de Figueiredo Bustani para o cargo de embaixador do Brasil na França. Bustani foi diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) de 1997 a 2002 e vinha atuando como embaixador em Londres. Sua nomeação, para ser confirmada, ainda terá de ser votada no Plenário do Senado.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), relator da indicação, elogiou a atuação de Bustani à frente da Opaq, entidade vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), e ressaltou que o governo dos Estados Unidos, visando à guerra contra o Iraque, "desencadeou uma operação diplomática para forçar sua saída da Opaq". Em decisão polêmica, Bustani foi demitido do cargo de diretor-geral dessa entidade em abril de 2002, cerca de um ano antes de começar a guerra no Iraque.

Suplicy afirmou que a Opaq fez mais de mil inspeções em mais de 50 países durante a gestão de Bustani, obtendo uma redução estimada de 15% do estoque de armas químicas no mundo. Além disso, ressaltou o senador, nesse período a Opaq aumentou o número de países-membros de 87 para 145.

De acordo com Suplicy, a possibilidade de adesão do Iraque a essa entidade frustraria, naquela época, um dos pretextos apresentados pelo governo Bush para a guerra - a recusa iraquiana em se sujeitar às inspeções extraordinárias da United Nations Special Commission (Unscom), "comissão que era instrumentalizada pelos Estados Unidos". O senador lembrou ainda que outro pretexto foi o da existência de armas de destruição em massa no Iraque, "que estudos e relatos recentes comprovaram não ser procedente".

Durante a reunião da CRE, Bustani disse acreditar que atuará em um país onde o atual governo se caracteriza por um "novo-conservadorismo", liderado pelo presidente Nicolas Sarkozy - o qual assumiu o cargo em maio deste ano. Ele também declarou que a França considera o Brasil "um país internacional de primeira grandeza, o que já estava claro nas visitas que Jacques Chirac fazia ao país".

- Para os europeus, o Brasil é um agente de estabilidade na região [latino-americana] - argumentou Bustani.

As indicações para o cargo de embaixador são feitas sempre pelo presidente da República.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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