Joaquim Roriz renuncia a mandato de senador

Da Redação | 04/07/2007, 22h02

O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) comunicou à Mesa do Senado, na noite desta quarta-feira (4), a renúncia ao mandato de senador, iniciado em fevereiro passado e que se estenderia até 2015. Após receber a comunicação, o presidente em exercício da sessão plenária, senador Gilvam Borges (PMDB-AP), informou que a renúncia de Roriz será "efetiva e irretratável" após ser publicada no Diário do Senado Federal.

A leitura do ato de renúncia foi feita pelo senador Mão Santa (PMDB-PI), que disse lamentar e sofrer com a decisão de Roriz "assim como vai lamentar e sofrer o povo pobre de Brasília". O representante do Distrito Federal tomou a decisão após ser acusado de negociar com o ex-presidente do Banco de Brasília Tarcísio Franklin de Moura a divisão de R$ 2,2 milhões, recursos supostamente liberados pelo empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol Linhas Aéreas.

Na abertura de seu último discurso como senador, Roriz disse só pesar na sua consciência o mal que vinha sofrendo e que turvaria "uma vida pautada pela dignidade pessoal e pelo resguardo da coisa pública". Ao fazer sua defesa em Plenário, quinta-feira passada (28), o peemedebista admitiu ter tomado emprestado R$ 300 mil de Nenê Constantino, dizendo ter usado uma parte para comprar uma bezerra e emprestado o restante para um amigo com problema de doença na família.

Ainda na despedida lida por Mão Santa, Roriz insinuou guardar um certo rancor dos senadores, reclamando do "notável desapreço" demonstrando pela Casa quando só 12 parlamentares presenciaram sua defesa. Também criticou o corregedor do Senado, Romeu Tuma, acusado de ter agido "despido de serenidade, ponderação e senso de justiça" ao supostamente externar juízo de valor sobre o caso e condená-lo publicamente por meio da imprensa.

 Antes de o Senado ser provocado a apurar os fatos, me franqueei a todos e demonstrei a lisura de minha conduta. Mas o furor da imprensa e o açodamento de alguns ecoaram mais alto - comentou.

Após a leitura da carta de renúncia, alguns senadores comentaram o ato de Roriz. Eduardo Suplicy (PT-SP) disse respeitar a decisão e destacou que as leis brasileiras estão sendo respeitadas e cumpridas. Magno Malta (PR-ES) se disse entristecido pela renúncia, mas defendeu a decisão da Mesa de encaminhar ao Conselho de Ética pedido do PSOL para abertura de processo por quebra decoro contra o peemedebista. Wellington Salgado (PMDB-MG) defendeu Roriz e afirmou que o Senado precisa aprender a julgar. Já o senador José Nery (PSOL-PA) acredita que não houve prejulgamento no ato do PSOL e lamentou o fato de Roriz não ter aguardado seu julgamento pelo Conselho de Ética.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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