Aprovado voto de pesar pela morte de Arafat

Da Redação | 11/11/2004, 00h00

O Plenário aprovou nesta quinta-feira (11) a inserção em Ata de voto de pesar pelo falecimento do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat, ocorrido em Paris, e de envio de condolências à delegação oficial palestina no Brasil. O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) foi indicado para representar o Senado no velório de Arafat, no Cairo, capital do Egito, e no enterro do líder palestino, na cidade palestina de Ramallah.

A decisão favorável ao voto de pesar ocorreu por meio da votação em globo de três requerimentos, com o mesmo objetivo, apresentados pelos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Ideli Salvatti (PT-SC), Heloísa Helena (PSOL-AL) e Pedro Simon (PMDB-RS).

Ao traçar um perfil de Arafat, Suplicy recordou o último encontro que manteve com o líder palestino em 2003, quando lhe entregou uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na mensagem, Lula cita o exemplo de convivência pacífica no Brasil de árabes e judeus e afirma que o país acompanha com interesse os esforços para se obter uma solução pacífica para o Oriente Médio.

 Espero que a memória do presidente Yasser Arafat possa significar um grande empenho do povo palestino e israelense para que se estabeleça a paz no Oriente Médio e para a superação dos obstáculos entre judeus e palestinos, com o reconhecimento de ambos os povos de terem o direito à sua nação - disse Suplicy.

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que a morte de Arafat "desfalca o mundo de uma das mais carismáticas lideranças da última metade do século 20". A seu ver, o líder palestino combateu não apenas com armas pela causa palestina, mas também com palavras, pois era "um homem de diálogo". O senador lamentou que o fato tenha ocorrido em um momento em que novos conflitos no Oriente Médio deixam "ainda distante" o sonho de criação de um estado palestino.

O senador Pedro Simon observou que, ao longo dos últimos anos, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e o presidente dos Estados Unidos, George Bush, atribuíram a Arafat a falta de progresso no processo de paz na região. Após recordar que uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) há muito tempo determina a criação de um estado palestino, o senador disse esperar que a situação mude com o falecimento do líder palestino.

 Vamos ver agora se as negociações vão adiante, se os americanos permitem que seja implantada a Resolução da ONU e se poderemos ter paz naquela região. Muita gente não quer paz, enquanto houver petróleo - disse Simon.

Da mesma forma, o senador Marco Maciel (PFL-PE) manifestou a esperança de que o processo de paz no Oriente Médio possa ser retomado. Na sua opinião, Arafat foi "apóstolo de uma causa", à qual entregou toda a sua vida.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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