Parlamentares divididos sobre denúncia da "Isto É" contra procurador

Da Redação | 03/09/2003, 00h00

Vários membros da CPI do Banestado manifestaram posições diferentes sobre reportagem publicada pela revista IstoÉ desta semana, denunciando o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima de tentar atrasar o andamento das investigações sobre o caso. Segundo a matéria - versão confirmada pelo presidente Antero Paes de Barros (PSDB-MT) - durante a viagem da CPI aos Estados Unidos Santos Lima tentou impedir que a CPI recebesse a quebra de sigilo de várias contas alegando que só ao Ministério Público caberia tomar medidas legais sobre o caso.

- Peço que não haja precipitação no julgamento de membros do Ministério Público. Precisamos que esta instituição se fortaleça cada vez mais e não seja enfraquecida em função de uma situação que pode ser apenas um mal entendido. Temos percebido na força tarefa do Ministério Público, inclusive no próprio Carlos Fernando dos Santos Lima, a intenção de investigar, tanto é que eles já instalaram mais de 190 denúncias sobre o caso - afirmou Antero Paes de Barros.

Na mesma linha, o relator da CPI, o deputado José Mentor (PT-SP) testemunhou que o procurador tem se mostrado solícito, dedicado e competente no andamento das investigações. Ele também pediu que não fosse feito um julgamento precipitado sobre o caso. Outro que integrou a comitiva da CPI que viajou até os Estados Unidos, o deputado Dr. Hélio (PDT-SP) concordou que em nenhum momento o procurador cometeu qualquer ato que levantasse suspeição.

Por outro lado, o deputado Moroni Torgan (PFL-CE) lembrou que, quando esteve na CPI, Santos Lima negou que qualquer parente seu tivesse trabalhado no Banestado. Segundo a Istoé, a esposa do procurador trabalhava no departamento de abertura de contas da filial do banco em Foz do Iguaçu (PR). O senador Magno Malta (PL-ES) confirmou que ouviu quando Moroni fez o questionamento ao procurador.

O deputado Robson Tuma (PFL-SP) foi outro que lembrou que o procurador negou que algum parente seu tivesse trabalhado no Banestado, quando indagado por Moroni. Ele sugeriu que tanto Santos Lima quanto sua suposta esposa sejam convocados para esclarecer o assunto na CPI. Já a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) destacou que, se realmente Santos Lima tiver interesse em atrapalhar as investigações, ele pode ter obstruído o trabalho que a CPI fez no Paraná, já que o procurador auxiliou os parlamentares na apuração feita naquele estado. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) recordou que na oitiva do procurador notou que ele titubeou ao responder se tinha parentes no Banestado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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