Senado devolve mandato do ex-senador Luiz Carlos Prestes — Rádio Senado

Senado devolve mandato do ex-senador Luiz Carlos Prestes

LOC: O SENADO DEVOLVEU, SIMBOLICAMENTE, O MANDATO DE SENADOR AO LÍDER COMUNISTA LUÍS CARLOS PRESTES.  

LOC: EM SESSÃO DE HOMENAGEM NO PLENÁRIO NESTA QUARTA-FEIRA, O SUPLENTE DE PRESTES, ABEL CHERMONT, TAMBÉM RECEBEU DE VOLTA O MANDATO. REPÓRTER LARISSA BORTONI.  

(Repórter) Luís Carlos Prestes foi eleito senador da República em 1945, com a maior votação proporcional da história política brasileira até aquela época. Prestes era filiado ao Partido Comunista Brasileiro, mas o registro do PCB foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em nove de janeiro de 1948, uma resolução do Senado Federal extinguiu o mandato de Prestes e do suplente Abel Chermont. Ao devolver os mandatos dos dois, o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, lembrou que Prestes ganhou do escritor baiano Jorge Amado o apelido de Cavaleiro da Esperança. 

(Renan Calheiros) os traços mais marcantes e que nos deixam mais admirados são a força de seu caráter e a perseverança com que perseguiu seus ideais. (Repórter) Segundo o senador Inácio Arruda, do PC do B, do Ceará, o Senado faz justiça à história e à nação brasileira. 

(Inácio Arruda) Representa um momento de afirmação da democracia. É isso mesmo. Da afirmação da democracia. E do Poder Legislativo como representação mais ampla do povo e dos estados da nossa federação. 

(Repórter) A viúva de Luís Carlos Prestes, Maria do Carmo Ribeiro Prestes, disse que a devolução do mandato não pertence a ela. 

(Maria do Carmo Ribeiro Prestes) E nem à minha família. Pertence ao povo brasileiro que o elegeu em 1945 com mais de 150 mil votos. 

(Repórter) A trajetória de Luís Carlos Prestes se mistura com a história do Brasil. Liderou a revolta tenentista, em 1924, quando defendia reformas políticas e sociais para o país. Com o mesmo propósito, organizou a Coluna Prestes, que percorreu, com 1.500 homens, durante dois anos e cinco meses, cerca de vinte e cinco mil quilômetros Brasil a fora. Com o fim da marcha, Prestes foi para o exterior. Na volta, já no Estado Novo, fez oposição ao governo de Getúlio Vargas. Em março de 1936, foi preso junto com a primeira mulher Olga Benário, que estava grávida. Apesar de estar no sétimo mês de gravidez, Olga foi entregue ao governo nazista e assassinada em um campo de concentração. Com o golpe militar, em 1964, o gaúcho nascido em 1898, se exilou no exterior. Com a decretação da anistia, voltou ao Brasil em 1979. Luís Carlos Prestes morreu em 1990, aos 92 anos. Ouça novamente a reportagem especial: Coluna Prestes 80 anos
22/05/2013, 06h46 - ATUALIZADO EM 22/05/2013, 06h46
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