CE aprova projeto que inclui nome de Margarida Maria Alves no Livro dos Heróis da Pátria — Rádio Senado
Comissão de Educação

CE aprova projeto que inclui nome de Margarida Maria Alves no Livro dos Heróis da Pátria

A Comissão de Educação aprovou o PLC 63/2018, que inclui o nome de Margarida Maria Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Mulher símbolo da luta dos trabalhadores rurais por terra, direitos e justiça social, Margarida inspira a maior mobilização de mulheres do campo do país: A Marcha das Margaridas. A reportagem é de Marcela Diniz.

09/07/2019, 17h19 - ATUALIZADO EM 10/07/2019, 17h21
Duração de áudio: 02:38
Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realiza reunião com 14 itens. Entre eles, o PLS 302/2017, que isenta premiações artísticas do Imposto de Renda.

Bancada:
senador Alessandro Vieira (PPS-SE);
senador Flávio Arns (Rede-PR);
senador Jorginho Mello (PL-SC); 
senadora Leila Barros (PSB-DF);
senadora Renilde Bulhões (Pros-AL).

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: MULHER SÍMBOLO DA LUTA DOS TRABALHADORES RURAIS POR TERRA, DIREITOS E JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL, MARGARIDA MARIA ALVES PODE ENTRAR PARA O LIVRO DOS HERÓIS DA PÁTRIA. LOC: PROJETO COM ESSE OBJETIVO FOI APROVADO PELA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. (Repórter) “É melhor morrer na luta que morrer de fome”. A frase, crua e corajosa, é de Margarida Maria Alves, paraibana de Alagoa Grande, que presidiu por uma década o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de sua cidade e que lutava por direitos como carteira assinada, jornada de oito horas diárias, 13º salário e férias. Também denunciava violações de direitos praticadas por fazendeiros e políticos locais e, por isso, foi assassinada na frente do filho e do marido, com um tiro no rosto, no dia 12 de agosto de 1983. O crime repercutiu nacional e internacionalmente e Margarida virou símbolo da luta dos trabalhadores rurais por terra, direitos e justiça social no Brasil. A data de sua morte virou o Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e Pela Reforma Agrária e é nessa época que acontece em Brasília a maior mobilização de mulheres camponesas do país: a Marcha das Margaridas. (Repórter) Margarida Maria Alves pode entrar para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, registro oficial que reconhece a importância de figuras históricas. Elas têm seu nome inscrito nesse livro que possui páginas de aço e que é guardado no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O projeto que coloca Margarida nele é da deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, e foi aprovado na Comissão de Educação do Senado. O relator foi o colega de estado e partido, senador Paulo Paim, para quem a homenagem à Margarida é justa e importante para representar a resistência da mulher do campo: (Paulo Paim) Sem dúvida é oportuna, pertinente, justa e mulheres e meninas e meritória a inscrição do nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, para que mulheres e meninas, em especial da zona rural, possam se reconhecer na história daquela que dizia que nunca fugiria da luta. (Repórter) O projeto segue para votação no plenário do Senado. 36 anos após a morte de Margarida, levantamento da Comissão Pastoral da Terra mostra que houve um aumento dos conflitos no campo, em especial, das disputas por água. Relatório de 2017 da organização internacional Global Witness colocava o Brasil como em primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos de lideranças rurais, sem-terras, quilombolas, ambientalistas e indígenas. PLC 63/2018

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